Hoje vamos introduzir a temática deste artigo apresentando a visão de Tom Peters, economista especializado em práticas de gestão de negócios. Ao ser questionado sobre o que caracteriza a gestão de projetos e pessoas, ele resumiu suas considerações em:

"A gestão de projetos é a arte de criar o ambiente em que as pessoas podem alcançar metas conjuntas."

De forma geral, Peters defende a ideia de que as pessoas são o bem mais valioso dentro de uma organização e é de extrema importância que sejam devidamente valorizadas e desenvolvidas como parte essencial do sucesso dos projetos da empresa.

As interpretações acerca da intersecção entre a gestão de projetos e pessoas são muito variadas, mas um dos pontos que especialistas convergem é justamente a importância dos funcionários (e da satisfação deles), ainda mais quando falamos no desenvolvimento de produtos e projetos técnicos. Agora, vamos entender um pouco mais sobre isso?

O que é Gestão de Pessoas e Projetos?

De maneira geral podemos dizer que esses dois conceitos tem como foco a aproximação dos aspectos mais gerenciais do desenvolvimento e coordenação de projetos, com as necessidades e características de cada indivíduo envolvido neles. Portanto, o sucesso desses projetos não é baseado apenas em entregas e cumprimento de prazos. A forma com que os envolvidos serão tratados e liderados dentro desse processo também é um ponto determinante para esse sucesso.

Os Líderes

Pensando nessa figura do líder, Tom Peters nos apresenta o conceito que ele denominou “Liderança Inspiradora”, enfatizando que para cumprir esse papel é preciso uma pessoa capaz de inspirar e motivar os demais na busca por resultados excepcionais nos projetos. Em uma entrevista recente para o canal HSM Experience, Peters ressaltou que quando ele fala de liderança de alto desempenho diz respeito à prontidão para mudar e inovar.

“E à habilidade de criar um lugar pequeno, grande ou médio que esteja sempre cheio de empolgação. Isso é o topo da lista para mim, em termos do que as pessoas deveriam esperar de seus líderes. “

Em outras palavras, o grande responsável pela satisfação dos funcionários é o líder! - seja ele representado pela figura do CEO, ou por líderes de times, por exemplo.

Doug Conant, renomado executivo e autor que foi reconhecido por sua abordagem de pesquisa centrada nas pessoas e no compromisso com a satisfação dos funcionários, acredita que os líderes enquanto CEO’s de alguma empresa devem demonstrar empatia, se importar genuinamente com seus funcionários e promover a valorização constante.

“O CEO deve liderar com o exemplo, demonstrando um compromisso genuíno com a satisfação dos funcionários e promovendo um ambiente de trabalho positivo."

Os projetos técnicos

Antes de mais nada precisamos entender que um projeto, segundo Harold Kersner, renomado autor na área de gerenciamento de projetos, pode ser qualquer série de atividades e tarefas que:

  1. Tenha um objetivo específico, com foco na criação de valor comercial;
  2. Seja concluído dentro de determinadas especificações;
  3. Tenha data de início e término bem definidas;
  4. Consumam recursos humanos e não humanos;
  5. Sejam multifuncionais;

Em seu livro "Understanding Project Management” (em tradução: Entendendo o Gerenciamento de Projetos), Kerzner afirma que esse gerenciamento é a aplicação do conhecimento, das habilidades e ferramentas necessárias para atingir todos os requisitos. Ele cria, então, uma sequência que considera ideal para ser seguida no percurso desse desenvolvimento:

  • Início do projeto: Selecionar qual o melhor projeto, considerando os limites de recurso, reconhecendo os benefícios de cada um, preparando os documentos necessários e designando um gerente de projeto;
  • Planejamento do projeto: Definir os requisitos de trabalho, qualidade e quantidade deste trabalho, assim como os recursos necessários, programação das atividades e avaliação dos possíveis riscos;
  • Execução do projeto: Definição de quem irá compor a equipe, direcionamento e integração entre os membros para que um possa auxiliar o outro;
  • Monitoramento e controle do projeto: Acompanhamento do progresso, comparação entre o resultado real e o previsto, análise de variações e impactos e ajustes necessários;
  • Encerramento do projeto: Verificação geral do trabalho e encerramentos de contrato, financeiros e administrativos (quando necessário).

Benefícios do gerenciamento eficaz de projetos

Quando há uma estrutura bem definida para o desenvolvimento dos projetos, as chances de dar errado são baixíssimas! Por isso, gerenciar de maneira eficaz só tem a trazer benefícios para a organização, como por exemplo:

  • Maior eficiência e produtividade das equipes:  Com essa estrutura, a empresa minimiza o desperdício de recursos (sejam eles financeiros ou humanos), melhorando a eficiência operacional e permitindo que as equipes técnicas planejem e executem seus projetos de forma mais organizada.
  • Maior atenção aos prazos e orçamentos: Com o planejamento, é possível ter uma estimativa mais precisa de prazos e custos, ajudando na prevenção dos atrasos e possíveis estouros de orçamento, assegurando ainda que os projetos sejam concluídos dentro dos prazos esperados e dos limites financeiros.  
  • Alinhamento dos projetos com os objetivos estratégicos da empresa: É imprescindível que os recursos do seu negócio sejam primeiramente direcionados para atender as exigências do planejamento estratégico. Por isso, ao criar uma estrutura e um plano de ação para os seus projetos, torna-se muito mais fácil identificar quais estão mais alinhados com o PE,  e direcionar a atenção das equipes ao cumprimento desses objetivos.

Como fazemos aqui na Mconf: um depoimento de quem atua na área!

Para entender um pouco mais sobre como esse processo é visto dentro da Mconf, empresa desenvolvedora do Elos, perguntamos para o Christopher Carnal - desenvolvedor de software, pós-graduando em Gestão de Projetos e Coordenador de Desenvolvimento de Sistemas - algumas características que enxerga como principais em relação ao gerenciamento de projetos/pessoas.

Para ele, esse processo é executado com base em alguns aspectos:

  • Comunicação eficaz: Compartilhar e solicitar informações de outros membros da equipe de forma clara, para facilitar e agilizar a comunicação no dia a dia;
  • Ferramentas colaborativas: Como o Notion para gerenciamento de atividades, Miro para construção e prototipagem de ideias e Figma para construção de wireframes de telas;
  • Alinhamento de expectativas: Determinar os papéis e responsabilidades de cada membro envolvido no projeto;
  • Flexibilidade: Atualmente, em determinados projetos, a nossa equipe é composta por membros de outros países, ou estagiários e etc. Então é sempre necessário e importante que se tenha flexibilidade e compreensão.
  • Trabalho em equipe: Ter visibilidade do que a equipe está fazendo; Ter seus colegas como companheiros do projeto; Trabalhar de forma colaborativa, e etc.

Gerenciar times e projetos técnicos é, com certeza, um grande desafio! Christopher contou que os maiores, e que mais presentes no contexto do trabalho que desenvolve aqui na Mconf, são a adaptabilidade e o engajamento das equipes quando se trata de roadmap (uma espécie de “mapa” para organizar as metas de desenvolvimento).

“Atualmente nós trabalhamos em cima de um roadmap, mas eventualmente surgem novos projetos que não estavam mapeados e para darmos conta é necessário algumas adaptações: tanto de atividades/tarefas quanto de alocação de membros. Para alocar a equipe, a gente precisa de uma comunicação muito assertiva, de forma que os envolvidos se sensibilizem e entendam o motivo e a necessidade, para assim ter um engajamento na causa.”

Na hora de resolver problemas, alinhar a comunicação das equipes e desenvolver novos projetos, as ferramentas tecnológicas são as grandes aliadas do gerenciamento. Para além das plataformas que citamos anteriormente, o Christopher apontou ainda a importância das facilitadoras de comunicação:  A plataforma de colaboração Rocket.chat, para conversas assíncronas e o WorkAdventure, um espaço de trabalho colaborativo, virtual e gamificado - que foi adaptado internamente para se parecer com a estrutura da sede da Mconf! Para finalizar, o nosso coordenador ainda deu uma super dica:

“Uma ideia legal que pode ser implementada e trabalhada com essas equipes seria uma gamificação, desenvolver um sistema de recompensas baseado em datas de entrega, qualidade e alguns outros pontos, visando aumentar a produtividade e o engajamento da equipe nos projetos.”