Ed o que?

O termo Edtech é novo, mas seu conceito nem tanto. Nada mais são do que empresas que unem educação e tecnologia para resolução de problemas e geração de novas soluções. Talvez você considere estranha essa junção, mas certamente já usou muitos serviços de Edtechs e nem se deu conta. Por exemplo, quem ainda não tentou se aventurar em uma língua estrangeira através do Duolingo ou fez um curso online por meio do Coursera?

Essas e outras empresas podem estar na fase inicial de desenvolvimento, sendo reconhecidas como startups, ou já consolidadas no mercado. Elas utilizam da tecnologia para escalar suas soluções em educação, tornando o processo de aprendizado mais leve, espontâneo, divertido e inovador.

Outro ponto interessante de abordar é que elas se apoiam em tecnologia de ponta, utilizando recursos como inteligência artificial, robótica, data analytics, big data, realidade virtual, entre tantos outros.

O papel da Edtech na educação não formal

Hoje em dia existem diversas formas de ensinar além da escola. Às vezes até mais opções fora do que dentro da própria sala de aula: apenas um computador conectado à internet já é o bastante.

Temos grandes líderes de mercado como o Coursera e o Edx, plataformas de ensino a distância que oferecem milhares de cursos pagos e gratuitos, que estão revolucionando a forma como buscamos uma formação. A prova disso é que grandes universidades nacionais e internacionais estão fazendo parceria com elas para a distribuição de cursos e disciplinas no formato EAD.

Outras gigantes como Babbel e Duolingo promovem o ensino de línguas estrangeiras por meio de aplicativo. Com versão gratuita e paga, os usuários contam com diversas funcionalidades e níveis de uso que vão do iniciante ao fluente, facilitando e democratizando esse aprendizado tão importante. Em suma, é tudo tão simples que um celular na mão e a vontade de aprender algo novo bastam!

Edtechs nas escolas brasileiras

Em um âmbito global, já temos diversas Edtechs realizando parcerias com escolas para um processo de qualificação do ensino e do aprendizado. Sites, plataformas, aplicativos e outros tipos de serviços que estimulam novas formas de estudo, áreas do conhecimento e metodologias. Algumas são voltadas para a área da matemática, outras para linguagem e idioma, além de, claro, computação, robótica e os movimentos makers.

Nesse sentido, há um grande incentivo para o desenvolvimento do ensino de lógica e de programação e, em consequência disso, diversas empresas atuando para promover melhores condições de apropriação desse conteúdo. Isso inclui jogos digitais, brinquedos específicos e diversos outros produtos que não necessariamente dependem do meio digital. Um exemplo disso é a empresa Thinkfun que desenvolve jogos lógico-matemáticos com o objetivo de tornar o aprendizado mais divertido e lúdico.

A entrada de Edtechs nas escolas brasileiras não acontece com a mesma facilidade das instituições internacionais e isso decorre de vários fatores, como a questão financeira, por exemplo. Como a maior parte das empresas é de fora do país, suas cotações são em dólar, por isso o valor proposto, por vezes, é bastante impactante para nossa realidade local. Claro que não podemos generalizar e acreditar que nenhuma escola adquira essas soluções, no entanto, é preciso ter clareza de que são as instituições mais abastadas monetariamente que normalmente têm condições de investir em soluções com foco nas tecnologias educacionais.

Atualmente, os serviços mais cotados pelas escolas são os AVAs (ambientes virtuais de aprendizagem), como o Google Classroom, Moodle e Blackboard. Outra aposta são iniciativas que utilizam da robótica educacional, como a LEGO Mindstorm e a VEX, que possuem um amplo portfólio de produtos e serviços com esse objetivo. O legal desses trabalhos é que os alunos realizam projetos que podem ser levados para grandes campeonatos mundiais, como o FLL (First LEGO League), por exemplo. Por fim, também existem plataformas de ensino online que são totalmente gratuitas, como é o caso do Khan Academy, que pode ser usada tanto dentro quanto fora de aula. Nesse sentido, tantas outras tecnologias seriam de extrema valia para um ensino personalizado e adaptativo, mas infelizmente para muitas realidades isso não se torna viável.

Sucesso mundial: as 90 maiores Edtechs

Fora do Brasil existem Edtechs bilionárias, as quais representam diversos segmentos na área da educação e estão distribuídas no mundo todo, principalmente no Norte Americano. Existem, inclusive, as que são conhecidas como unicórnios, como é o caso do próprio Coursera, que são startups em amplo crescimento e com alto valor de mercado.

Fonte: https://belitsoft.com/blog/7-reasons-launch-edtech-startup

A imagem acima ilustra algumas Edtechs de grande sucesso mundial. Aprendizado de línguas estrangeiras, de tecnologia, gestão escolar e primeira infância são alguns dos segmentos. As mais conhecidas são a Kahoot, uma plataforma de game quizz online, OSMO, um dispositivo de realidade aumentada para Ipad e a Tinkercad, que é uma plataforma de modelagem 3D e emulador de arduíno.

Elas estão contribuindo e construindo um novo caminho para a educação: uma educação com foco no aluno, ensino personalizado e adaptativo, ensino híbrido e novos espaços de ensino e aprendizado. Muitas são independentes de instituições de ensino, ou seja, não precisam delas para funcionarem, e outras necessitam de uma parceria direta com as escolas. Independente de qual seja, o que já está claro é que elas são excelentes estratégias para se usar em parceria com as aulas convencionais.

E no Brasil?

Por aqui nós também temos diversas startups na área educacional, as quais desenvolvem trabalhos de excelência e já são reconhecidas internacionalmente. Nós, inclusive, conhecemos várias delas quando participamos do Bett Educar, maior evento de tecnologia e educação da América Latina, em maio de 2019. Veja alguns exemplos:

1. UOL Edtech

Uma junção de cinco grandes empresas brasileiras que hoje já está presente em grandes universidades, como a PUCRS, com o objetivo de ofertar de cursos de pós graduação EAD.

2. Elefante Letrado

Consiste em um aplicativo voltado para educação básica que disponibiliza uma biblioteca enorme de livros digitais para crianças. O principal propósito é ser uma plataforma que incentiva e fomenta o gosto pela leitura. Ele já está disponível em diversas escolas e atualmente firmou parceria com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

3. Eskolare

Através de uma plataforma de vendas online, ela auxilia no processo de compra de insumos como uniformes, agendas, cadernos, entre tantos outros itens necessários na lisa de material escolar. Com essa ferramenta, os pais não precisam mais ir atrás de lojas específicas, já que por meio da Eskolare, a compras podem ser feitas independente de onde estiverem.

4. Me Salva

Para quem está estudando para prestar algum vestibular, precisa de acompanhamento extra ou simplesmente está buscando novos aprendizados, essa startup é ideal. Ela começou como um simples canal no Youtube, com vídeos explicativos sobre diversos conteúdos. Hoje, devido ao seu sucesso, possuem uma plataforma própria com seus materiais de ensino de várias áreas de conhecimento.

5. Elos

Agora, dentre tantas soluções, por que não uma orientada a videocolaboração? A Mconf possui oElos, que é uma plataforma de comunicação ao vivo, como a videoconferência. Na área da educação, seu foco é no EAD. Integrável com todos os Ambientes Virtuais de Aprendizagem, o Elos possui diversas funcionalidades que estimulam a colaboração e troca de informações entre os participantes (alunos), tornando o aprendizado a distância cada vez mais parecido com o presencial. Ele conta com clientes como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), por exemplo.


Existe um oceano de possibilidades na educação. Nos mais diferentes segmentos, em diversos contextos diferentes e para resolver inúmeros problemas, existem soluções incríveis. O mercado, as instituições de ensino e os alunos estão de olho nas inovações e muitos já estão usufruindo das Edtechs para melhorar e personalizar o ensino. Seja como for, esse é o futuro da educação!

Fonte da imagem de capa: Pexels