Você já se perguntou o que é preciso para que o processo de ensino seja um sucesso? Bom, uma coisa é certa: a eficácia não se constrói sozinha! Cada profissional em sua área de atuação dentro da IES é responsável por torná-la exitosa na sua proposta pedagógica. Não existem cargos mais importantes, mas sim ações significativas.

Uma das áreas essenciais que determinará o caminho que as instituições irão trilhar no mercado acadêmico é o design educacional. E é justamente dele que falaremos hoje :)

O que é o Design Educacional?

Se você é educador e já está familiarizado com as novas tendências educacionais, como metodologias ativas, técnicas do storytelling e ensino híbrido, com certeza já ouviu falar do design educacional. Esse conceito, que já não é tão novo assim, vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões sobre personalização da aprendizagem e os benefícios de estimular a independência dos estudantes.

Também chamado de Design Instrucional, essa área é responsável pelo desenho inicial e desenvolvimento de qualquer estrutura educacional dentro de uma instituição. Desde cursos formais (como graduação e pós-graduação) até cursos livres ou treinamentos específicos, todo o planejamento e estruturação faz parte do leque de funções dessa equipe de profissionais.  

Essa ideia começou a se popularizar quando se teve a compreensão de que o processo educacional não pode mais ser feito de forma genérica e intuitiva. É preciso que ele seja desenvolvido com base em dados sólidos e reais, que expressam as necessidades do seu público-alvo.  Afinal, é apenas analisando que é possível determinar as ações e estratégias necessárias para desenvolver as competências, habilidades e aumentar ainda mais o desempenho dos alunos.

Conheça alguns modelos

ADDIE

Esse guia é um dos mais utilizados por educadores e designers. Desmembrando a sigla, temos: Análise - Design - Desenvolvimento - Implementação - Avaliação. A primeira coisa que se precisa entender é que, dentro do modelo ADDIE cada etapa é significativa e, se alguma for pulada ou trabalhada com descuido, o resultado final não será satisfatório para a instituição. Dito isso, podemos partir para as explicações de cada uma.

Análise: Nessa primeira etapa o profissional deve focar no público-alvo, ou seja, na definição dos seus objetivos, e determinar quais os conhecimentos que os alunos devem dominar até o final do curso. É claro que para iniciar essa primeira etapa, o designer deve ter consciência de quais as habilidades e saberes que os estudantes já possuem, para evitar que se repitam.

Design: Em um segundo momento é necessário começar a pensar e criar o desenho propriamente dito, que surgirá após o resultado da análise inicial. Em suma, é nesse momento que devem ser estruturadas as ferramentas, planejamentos de recursos tecnológicos e/ou físicos, análise dos temas e escolha das mídias. O objetivo do projeto deve ser sempre respeitado, e estar sempre em mente quando qualquer outra definição for tomada.

Desenvolvimento: É a fase da prototipagem e testagem junto ao grupo desenvolvedor de tudo que foi definido nos tópicos anteriores. É a hora de colocar as ideias em ação, elaborar, produzir e avaliar os resultados.

Implementação: Depois da prototipagem e das considerações acerca do primeiro desenvolvimento, é a hora de fazer as melhorias e atualizações enxergadas no projeto. Portanto, deve-se prestar bastante atenção ao redesenho e a entrega do produto final, visando a criação de um piloto. Ou seja, após as melhorias apontadas pelas equipes técnicas é preciso colocar o produto para avaliação dos usuários.

Avaliação: Quando todas as etapas anteriores estão completadas, chega a hora de realizar as avaliações de qualidade do produto. O foco é analisar se o que foi traçado como objetivo no começo do desenvolvimento realmente foi alcançado. Ou seja, o projeto deve passar por avaliações de especialistas, professores que farão o uso e o público final que são os estudantes.

Taxonomia de Bloom

Essa teoria foi desenvolvida por Benjamin Bloom, psicólogo e pedagogo, nos Estados Unidos. Para ele, a educação deveria ser abordada por uma perspectiva psicológica, entendendo que o propósito deve ser o conhecimento humano para além da sala de aula. Em 1956, Bloom desenvolveu seu modelo educacional, que foi chamado de “Taxonomia de objetivos educacionais”.

Esse modelo serve para definir os objetivos da aprendizagem e construir um bom planejamento de aula. Para isso, o modelo apresenta níveis hierárquicos por onde os alunos devem passar para conseguir atingir os objetivos superiores. Confira o exemplo abaixo

Successive Approximation Model (SAM)

Esse é um modelo bastante parecido com o ADDIE, mas um pouco mais simplificado. Ele foi construído por Michael Allen, fundador e CEO da Allen Interactions, com foco em obter feedbacks e desenvolver modelos de trabalho.

O SAM se divide em três etapas em processo recursivo, ou seja, uma repetição de rotina. A primeira é a preparação, onde se faz a coleta de todas as informações necessárias para o desenvolvimento do escopo do projeto. Em seguida temos a fase de Projeto Interativo, em que o objetivo é a prototipação do material para passar por uma avaliação de qualidade e eficácia. Por fim, o Desenvolvimento Interativo é a etapa em que o protótipo será finalizado e implementado.

Para construir o seu planejamento de Design Educacional é preciso ter em mente três pontos de partida fundamentais:

  1. Onde queremos chegar?
  2. Como faremos para atingir esse objetivo?
  3. De que forma analisaremos?

A primeira se refere ao momento de definição dos objetivos, seguido das estratégias de ação e finalizando com as avaliações de feedback. Essas perguntas serão as norteadoras de todo o seu projeto, e devem ser respondidas de forma recursiva desde a fase de brainstorming até a implementação.


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