Se você está inserido ou é curioso sobre o mundo da educação, com certeza já ouviu falar sobre o Ensino Híbrido. Afinal de contas, esse modelo é uma das grandes apostas para os próximos anos e promete ser parte estratégica no futuro educacional.

Mesmo que esse conceito híbrido já seja bastante difundido, ainda surgem dúvidas relacionadas a eficiência na implementação do modelo no dia a dia da sala de aula. E, mais importante ainda, incertezas ligadas a forma com que isso poderá ser aplicado.

Segundo o diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Celso Niskier, a aplicação do modelo híbrido pode ser baseada em quatro quadrantes relacionados entre si, que irão diferenciar as atividades didático-pedagógicas. Vamos te explicar agora um pouco mais sobre isso.

Eixos de formato

Quando falamos em ensino híbrido, logo pensamos na dimensão do espaço, ou seja o modelos presencial ou virtual, e a dimensão temporal, que se refere às atividades síncronas e assíncronas. Niskier nos explica que, a partir desses eixos básicos conseguimos criar quatro quadrantes de possibilidades:

  • Atividades presenciais e síncronas;
  • Atividades virtuais e síncronas;
  • Atividades presenciais e assíncronas;
  • Atividades virtuais e assíncronas.

No primeiro quadrante estamos nos referindo aquelas aulas mais tradicionais, com presença física dos alunos e do professor, e que acontecem em uma sala de aula ou laboratório dentro de uma instituição de ensino. Já no segundo caso, são as recentemente difundidas aulas virtuais ou até mesmo o modelo de ensino a distância, em que a presença física dá espaço para encontros em uma sala de videoconferência ao vivo.

O terceiro ponto é exemplificado com as atividades práticas supervisionadas, como os estudos em biblioteca ou trabalhos em campo. O diretor enfatiza que esse formato acontece dentro do próprio ritmo do aluno, e sem a necessidade de presença simultânea do professor.

Por fim, o formato virtual assíncrono é aquele muito utilizado no modelo de ensino EAD, em que o aluno tem a possibilidade de estudar acessando materiais previamente carregados no Ambiente Virtual de Aprendizagem da IES, como livros digitais, aulas gravadas, fóruns, entre outros.


A relação dos quadrantes com o Ensino Híbrido

Depois de tudo isso você pode estar se perguntando: mas o que esses quadrantes educacionais tem a ver com o modelo híbrido? Em suma, o entendimento desses formatos citados acima é o que te ajudará na hora de pensar estratégias para a aplicação de metodologias híbridas. Vamos desmembrar um pouco essa ideia?

A definição de ensino híbrido, em resumo, é a união das atividades presenciais com a praticidade do ensino remoto. Entretanto, para desenvolver uma metodologia híbrida eficiente não basta apenas escolher aleatoriamente uma parte de cada modelo e juntá-las. É preciso compreender que, mesmo o híbrido sendo uma união dos modelos tradicionais, ele ainda precisa de especificidades e trabalho para que o processo seja sempre contínuo.

Os quatro quadrantes citados acima e defendidos por Celso Niskier servem como uma base de entendimento para o planejamento das aulas, uma vez que o docente poderá definir suas atividades apoiando-se na escolha de um ou mais quadrantes e na sua própria estratégia de aprendizagem. Ou seja, ele precisará pensar no que se encaixa melhor para a atividade X, se o objetivo é, por exemplo, fomentar o senso crítico através da obra de Paulo Freire.

Com esse mesmo exemplo acima, vamos te mostrar um modelo prático para alinhar as ideias:

Com essa ilustração queremos te mostrar que o modelo de Ensino Híbrido, além de permitir a utilização das novas tecnologias, pode ser uma excelente opção para fomentar a independência dos estudantes ao mesmo tempo em que continua estimulando a participação, o contato e o debate entre o grupo.

Todo esse conceito dos quadrantes educacionais existe como uma forma de auxiliar no planejamento pedagógico e facilitar a visão dos professores para escolher as metodologias de suas aulas.

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