Hoje vamos começar esse artigo trazendo uma visão que, com certeza, muitos de vocês conhecem e que, de certa forma, se relaciona em muito com o assunto de hoje. Vivemos em um mundo globalizado, imerso em tecnologias desenvolvidas com uma rapidez enorme e que, cada vez mais, se tornam indispensáveis na nossa vida.

O famoso sociólogo polonês, Zygmunt Bauman chamaria esse século de Modernidade Líquida, muito por conta dessa rapidez das transformações humanas e tecnológicas. Quando perguntado o porquê cunhar esse termo, Bauman explicou:

“Escolhi chamar de ‘modernidade líquida’ a crescente convicção de que a mudança é a única coisa permanente e a incerteza, a única certeza”

E essa visão explica muito a realidade que experienciamos hoje em dia. Tudo se transforma, o tempo todo, e para continuarmos ativos socialmente precisamos acompanhar essas mudanças. Quando falamos em educação então, essas transformações conseguem ter um impacto ainda maior e mais visível.

Só de pensarmos como era o processo de aprendizagem na época dos nossos pais, já podemos ter uma boa noção de que muitas coisas mudaram. O aluno não é mais apenas um ouvinte passivo; tudo acontece rodeado por tecnologias (físicas e virtuais); o aprendizado passa a ser um processo de desenvolvimento do conhecimento.

Hoje queremos te apresentar um pouco mais sobre essas transformações, em especial a digital, no universo da educação! Vamos lá?

O começo de tudo

Para entendermos melhor como chegamos até aqui, é preciso voltar o nosso olhar lá para a década de 70. Foi nessa época que os primeiros computadores deixaram de ter características militares e passaram a ser usados no processo educacional. Assim, aconteceu o que chamamos de revolução técnico-científica, com o objetivo de inserir as tecnologias de comunicação e informação no ambiente acadêmico.

Infelizmente, nessa época, o acesso a esses computadores ainda era bastante elitizado e pouco democrático. Afinal, esse instrumento não era difundido entre as classes mais baixas, muito por conta do seu alto custo de desenvolvimento e, por consequência, de comercialização e utilização.

No Brasil, influenciado pela reabertura democrática e o desejo pela modernização, as tecnologias educacionais passaram a ser inseridas gradativamente nas escolas e universidades. Em 1989 o Ministério da Educação criou o Programa Nacional de Informática na Educação (Proninfe), com o objetivo de:

“Desenvolver a informática educativa no Brasil, através de atividades e projetos articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica, sólida e atualizada, de modo a assegurar a unidade política, técnica e científica imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos envolvidos.”

Desde então as mudanças não pararam de acontecer no Brasil, influenciado em muito pelas transformações globais. Muito embora com investimentos menos pesados e um caminho longo ainda pela frente, nosso país conseguiu introduzir as novas tecnologias no seu processo de ensino e aprendizagem e, hoje, podemos falar que também estamos inseridos na “modernidade líquida” de Bauman.

O que é a Transformação Digital que vivenciamos hoje

Como mencionamos no começo deste artigo, a transformação digital foi um processo longo que começou lá atrás, no início da democratização do acesso a internet e computadores. Muitos avanços aconteceram para que, hoje em dia, essas mudanças englobassem muito mais do que apenas os computadores - que já não são mais diferenciais, mas sim necessários.

Para se caracterizar uma transformação digital, as mudanças precisam ser tanto tecnológicas (com a inserção de novos aparatos educacionais), quanto pedagógicas (com o uso, por exemplo, das metodologias ativas no processo de ensino) e estruturais (com investimentos em infraestrutura física e virtual para abarcar o tecnológico e pedagógico).

Com isso, temos três pontos chave que necessitam de aperfeiçoamento para transformar a sua instituição digitalmente.

O tecnológico

Esse ponto é essencial, uma vez que estamos falando justamente de transformação digital. Mas a tecnologia precisa fazer sentido e ser realmente benéfica para a educação. Não adianta investir em uma tendência que está “bombando”, mas que não é efetiva e nem traz benefícios aos alunos e professores.

Dito isso, é preciso ressaltar que antes de qualquer ação mais específica, a Instituição de Ensino precisa ter a compreensão de qual estágio da transformação ela está, bem como dos objetivos que almeja alcançar. Assim, fica muito mais fácil traçar um planejamento!

Alguns exemplos de tecnologias essenciais para a educação (tanto pedagógicas quanto administrativas):

As Edtechs

As tecnologias que citamos acima, juntamente de outras necessárias para o bom funcionamento da instituição de ensino, estão inseridas dentro do conceito das EdTechs. Ou seja, empresas que fornecem soluções tecnológicas com o objetivo de auxiliar alunos e professores na jornada de aprendizagem.

Desde a avaliação individual do desempenho dos alunos através de inteligência artificial e de dados, até sistemas complexos de gerenciamento e armazenamento de dados, ou ainda tecnologias de CRM para melhorar o relacionamento com o cliente, são aparatos fornecidos por empresas focadas na melhoria do processo educacional.

O pedagógico

Em um processo de transformação digital, a didática e os aparatos pedagógicos também precisam mudar! Não adianta nada ter um super investimento nas melhores tecnologias, se os professores não têm o ferramental necessário para explorá-las ao máximo.

Por isso, não apenas a IES precisa observar o potencial pedagógico das tecnologias, como também capacitar a sua grade docente para que sejam capazes de usar a criatividade e criar aulas mais dinâmicas a partir delas.

O uso de metodologias ativas é um bom exemplo quando pensamos em transformar a didática e promover a independência do estudante. Os conteúdos multimídia também, para explorar os sentidos mais visuais e facilitar assimilação de determinados conteúdos.

O estrutural

Esse último ponto é aquele que vai dar as bases para implementar as novas soluções tecnológicas e pedagógicas. Para fazer tudo funcionar em conjunto, a IES precisa entender que os investimentos em infraestrutura, seja ela física ou digital, são fundamentais para que as tecnologias possam ser exploradas e o pedagógico, aplicado da melhor forma.

Entendendo os benefícios da Transformação Digital

A partir do momento que a necessidade de mudança fica visível, passamos a compreensão dos benefícios que os investimentos que citamos acima vão trazer para a instituição.

1.Imagem de marca;

Justamente pela necessidade de mudança vinda não somente do mercado, mas também dos próprios alunos, quando a instituição se mostra aberta para as novas tecnologias e realmente move recursos (humanos e financeiros) para implementá-las, ela passa uma imagem externa e interna muito positiva.

Investir na melhoria da qualidade educacional sempre será um ponto essencial para a construção de uma boa imagem da instituição, não é mesmo!?

2. Melhoria nos números de captação de retenção;

Bastante relacionado também ao tópico acima, os números de captação e retenção dos alunos tendem sempre a melhorar quando a IES faz os investimentos necessários. Afinal, cada vez mais o estudante está exigente quanto a sua qualificação profissional e, ao mesmo tempo, presenciamos um aumento exponencial no número de ofertas de cursos de graduação. Com isso, temos o seguinte cenário: Alunos passam a ser mais ativos e criteriosos na hora de escolher a instituição que irão estudar.

Para efetivamente alcançar esse estudante, o que a IES precisa é se diferenciar no mercado competitivo. Ou seja, cada investimento em tecnologia precisa fazer parte de um planejamento maior, mas que com certeza trará bons frutos!

3. Engajamento dos alunos;

Aulas dinâmicas, conteúdos interativos e processos pedagógicos que coloquem o aluno como protagonista, são sempre armas poderosas na hora de engajar os estudantes. E esse é um dos objetivos da transformação digital, promover atualizações que sejam capazes de continuar engajando e estimulando a busca pelo conhecimento.

4. Estudantes mais preparados para o mercado de trabalho.

Por fim, mas não menos importante, precisamos destacar que essa transformação digital vem, também, como uma exigência do mercado por profissionais cada vez mais qualificados tecnologicamente e com competências não apenas ferramentais, mas também socioemocionais.

Quando o estudante desenvolve seu conhecimento através da resolução de problemas em grupo, por exemplo, ele adquire características de dinamismo, raciocínio, trabalho coletivo e proatividade. E esses são apenas alguns pontos que tornam a transformação digital cada vez mais urgente!


Sabemos que tudo é um processo, que pode ser curto, médio ou longo, mas para se ter resultados é preciso começar de algum lugar! Esperamos que esse conteúdo tenha te ajudado a entender melhor sobre a Transformação Digital e os benefícios que ela trará para a sua Instituição de Ensino.


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