Um dos setores de maior ascensão é, sem dúvida, o da inovação! Segundo o Relatório Cultura de inovação: como corporações podem construir a base para a transformação, desenvolvido pela consultoria ACE Cortex, 87% dos entrevistados com cargo de liderança acreditam que a cultura é peça-chave para inovar e 78% disseram que a cultura de inovação permite a evolução da empresa ao mesmo tempo que oportuniza a expansão comercial.

Mas mesmo entendendo a importância da inovação, ainda existem muitas dúvidas sobre o que efetivamente é a inovação. Por muito tempo esse termo estava relacionado quase exclusivamente ao surgimento de novas tecnologias digitais, como computadores, celulares, máquinas industriais e por aí vai. Com o tempo, passou-se a enxergar inovação nas “pequenas coisas”, como uma metodologia, ou um modo de fazer algo.

Segundo Jerald Hage, diretor do Centro de Inovação da Universidade de Maryland, no Annual Review of Sociology:

“A literatura em diversas áreas aponta a inovação como elemento chave para a criação e sustentação de vantagens competitivas ou mesmo como elemento fundamental para a compreensão de muitos dos problemas básicos da sociedade.”

Ou seja, não existem mais limites para o que conhecemos hoje como inovação. Não se restringe somente a um produto físico, mas também sobre tudo aquilo que é criado, recriado e atualizado com foco em resolver questões de uma organização, gerar vantagem competitiva e, ao mesmo tempo, buscar a solução de problemas sociais.

E a inovação, justamente por ter a capacidade de se expandir por diversos setores da sociedade, criou raízes também na educação, gerando novas tecnologias, metodologias e estratégias para solucionar os problemas que as instituições enfrentam. Hoje vamos falar de um dos principais deles: a evasão acadêmica.

Semana Acadêmica Simplifica: engajamento e evasão no EAD

Na semana passada participamos da 2° Semana Acadêmica Simplifica, evento online realizado pelo Ecossistema Simplifica, com foco em discutir como a tecnologia e o engajamento dos alunos podem contribuir para a diminuição da evasão acadêmica. Na quarta-feira, 23, o nosso CEO, Felipe Cecagno, mediou um painel com nossos parceiros da UniFECAF, Leandro Ortunes e Carol Strada, para compartilhar com o público a experiência do Centro Universitário em relação ao tema do evento.

Felipe iniciou a conversa trazendo alguns dados relevantes para compreendermos um pouco mais sobre o cenário geral do ensino a distância. No último Mapa do Ensino Superior podemos ter acesso ao dado de que, em 2021, mais de 35% dos alunos da educação a distância (tanto da rede privada quanto pública) evadiram de seus cursos.

Dentro das informações compiladas pelo Censo da Educação Superior, as situações que mais refletem na evasão acadêmica são relacionadas a questões financeiras, dificuldades de adaptação ao ensino remoto, conectividade e acessibilidade.

“Também ao desempenho acadêmico e a falta de sensação de pertencimento, pouca interação com o professor, com os outros alunos. Outra questão também é a empregabilidade.” - Felipe Cecagno

EAD: Síncrono, assíncrono ou uma combinação dos dois?

Com certeza, se você já está familiarizado com a educação a distância, conhece os modelos síncronos e os assíncronos de aprendizagem! De forma geral, o primeiro se refere às aulas virtuais ao vivo, com participação em tempo real, e o segundo as atividades que podem ser realizadas com mais tempo, como assistir a uma aula gravada, por exemplo.

Mesmo diferindo entre si, podemos concordar que essas duas possibilidades passaram a ser inovações tecnológicas e ganharam seu espaço no EAD. Hoje, quase todas as Instituições de Ensino Superior que ofertam cursos na modalidade a distância, possuem tecnologias para abarcar esses dois formatos.

Na UniFECAF não seria diferente! Leandro nos apresentou algumas informações recolhidas através de uma pesquisa com os estudantes do Centro Universitário, em que 47% disseram que o recurso mais apropriado para o seu aprendizado seria as videoaulas, e 37,1% preferiam as transmissões ao vivo. Ou seja, mais de 84% dos alunos entrevistados utilizavam e tinham preferência por recursos tecnológicos de vídeo (seja ao vivo ou gravado) para ser o meio de assistir às aulas.

Outro recurso bastante utilizado pelos alunos do centro são as gravações das aulas ao vivo. São diversos os motivos pelos quais os alunos não conseguem acompanhar a transmissão em tempo real, e quando existe a possibilidade de assistir o conteúdo posteriormente, o processo de ensino e aprendizagem não se compromete.

Vivências da UniFECAF

A UniFECAF é referência quando o assunto é tecnologia, e isso já está assegurado até mesmo pelas notas máximas concedidas ao Centro pelo MEC (nas categorias de Ambiente Virtual de Aprendizagem e Tecnologias da Informação e Comunicação). Segundo a Carol, o foco da UniFECAF hoje é utilizar todos os recursos possíveis para desenvolver as habilidades e competências dos alunos.

Para atingir esse objetivo, foi criado o Projeto PIA 3.0, presente no Plano De Desenvolvimento Institucional, para trazer ainda mais a inovação acadêmica ao centro universitário. Para o desenvolvimento desse projeto foi realizada uma ampla pesquisa com alunos, docentes e mercado de trabalho como forma de mapear as dores e necessidades de cada um desses atores envolvidos no processo.

“Todo início de semestre promovemos uma interação entre os alunos e o mercado de trabalho, para que possam entender como esse curso vai ajudar na inserção ao mercado, quais as áreas que vai poder se desenvolver, qual a média salarial da função, etc. Isso acontece tanto no presencial quanto no online, trazendo também o aluno do EAD para dentro das discussões.” - Carol Strada

Por fim, o projeto se consolidou como um modelo para o desenvolvimento das competências do aluno, de conhecimentos, habilidades e atitudes. O foco, segundo Carol, é no protagonismo do aluno e na criação de atividades práticas para que se desenvolvam as soft skills mais solicitadas pelo mercado, deixando de lado as aulas unicamente expositivas.

“É uma aprendizagem ativa em que os alunos são motivados a participar, e o Elos nos auxilia bastante nisso. Eu consigo encontrar muitas ferramentas dentro da plataforma que nos ajudam a trazer uma aula interativa para os alunos, então não fica essa coisa chata de assistir.” - Carol Strada

Crie experiências incríveis utilizando uma classe virtual

A Carol contou um pouco mais sobre um projeto que desenvolve com os professores da UniFECAF como forma de capacitação para possibilitar a aplicação das atividades e metodologias ativas no ambiente de sala de aula virtual do Elos. O intuito é pontuar funcionalidades específicas, trazendo algumas ideais de usabilidade para o professor, que utiliza a sua criatividade e experiência para posteriormente aplicar em aula.

“Ele consegue criar dinâmicas pelas salas de apoio, por exemplo, que é uma funcionalidade que utilizamos bastante aqui na UniFECAF. É aquele momento de separar a sala em grupos para discutir ou fazer um debate, reflexão, análise. Conseguimos separar esses grupos dentro do Elos, estabelecer um tempo específico, mandar mensagem para todos os grupos, e depois todo mundo volta e discute com o professor o que foi debatido.” - Carol Strada

O temporizador é um recurso que, segundo a Carol, também é bastante utilizado como forma de auxiliar no desenvolvimento de algumas soft skills, como aprender a lidar com atividades sob pressão - competência importante para o mercado de trabalho. Dentro da funcionalidade do temporizador, também é possível inserir música, o que se torna essencial na sensibilização daquele aluno.

“Então, se for uma atividade que você quer desenvolver a capacidade de lidar bem sob pressão, você pode colocar uma música mais agitada para esse aluno entender a pressão. Se for um curso específico, que tem aquele tempo para elaborar algo, você pode colocar algo mais tranquilo, mais leve. Então o temporizador é algo que eu pego no pé dos professores para eles utilizarem, porque a devolutiva que a gente tem dos alunos é incrível.“

Diferenciais do EAD da UniFECAF: participação e capacitação

Não é apenas sobre proporcionar as melhores ferramentas que o mercado pode oferecer, afinal de que adianta um investimento alto em material de qualidade se o usuário não tem domínio quanto ao uso? E é justamente isso que a UniFECAF busca evitar através de capacitações, documentações e treinamentos.

Leandro contou que na experiência adquirida ao longo do tempo, desde a implementação dos primeiros cursos a distância - que hoje já somam 30 - o Centro percebeu que de nada adianta ter diversas ferramentas e não capacitar o professor para esse engajamento.

“Então nós percebemos isso com o nosso AVA, um uso mais básico, e passamos a aprender a utilizar tudo que ele pode oferecer. As aulas ao vivo, sentíamos que elas estavam abandonadas, porque tínhamos uma excelente ferramenta (Elos), mas que ninguém atuava junto ao professor quanto ao uso” - Leandro Ortunes.

Os professores, muitas vezes, ainda não conhecem e não tem familiaridade com as plataformas digitais que a instituição utiliza. Por isso existe um processo de onboarding, realizado pela Carol, para que eles possam conhecer a fundo todas as ferramentas que vão utilizar para as aulas.

“Os treinamentos são feitos de forma recorrente, e caso eu sinta que aquele professor apresentou um pouco mais de dificuldade, eu volto com ele e faço um treinamento individual, para que ele fique seguro nessa plataforma. Porque se o aluno entra na aula, e percebe a insegurança do professor na ferramenta, já é um motivo para ele não ficar tão animado para continuar assistindo. “

Além dos treinamentos, existe também um material didático focado nas metodologias de aprendizagem da UniFECAF. É uma trilha de aprendizagem para que o professor domine o Ambiente Virtual de Aprendizagem e o Elos.

De forma geral, as orientações entregues ao professor quanto ao uso do ambiente de sala de aula virtual do Elos se referem a utilização das potencialidades da plataforma para a aplicação de metodologias ativas:

  1. Proporcione um ambiente agradável e divertido para que os alunos participem e agreguem a aula com suas experiências;
  2. Crie atividades dinâmicas voltadas para o mercado de trabalho (simulação de uma situação real);
  3. Medie atividades que desenvolvam soft skills.

Engajamento, Inovação e Permanência são termos diferentes mas que não apenas se complementam, como também possuem uma relação quase que de causa e consequência. Quanto mais inovação significativa, mais engajamento do aluno e, consequentemente, menor serão as taxas de evasão acadêmica.

É claro que essa é uma questão muito mais ampla, e com certeza não terá uma solução fácil tão cedo. Afinal, lidar com as expectativas, visões e adversidades do ser humano não é nada simples, e requer muito esforço e investimento por parte da IES. Mas assim como a UniFECAF, é preciso saber quando e onde investir. É preciso que seja um investimento com propósito, bem estruturado para que se mantenha a qualidade ao longo do tempo!