Quando pensamos na educação a distância como alternativa de ensino, logo nos vem à cabeça as diferenças desses modelos e, principalmente, pensando como professor ou professora, as adaptações necessárias para realizar essa migração. Criar um plano de ensino com objetivos de aprendizagem definidos, metas e métricas pensadas para medir esse progresso, bem como metodologias assertivas, são alguns dos passos vitais para garantir que os alunos absorvam o máximo de conhecimento possível.

Para ajudar nessa missão, comece fazendo algumas reflexões: o que eu quero passar para os meus alunos com esse curso ou disciplina? Como vou passar isso de forma eficaz e memorável? Dentro de cada aula, qual o objetivo dela, pensando no cronograma geral? Quais os recursos ou materiais serão disponibilizados para os eles e em que momento?

A partir desses questionamentos iniciais, é necessário alinhar algumas respostas ao modelo de aula no ensino a distância:

Por que criar um plano de ensino?

Você, professor ou professora, deve saber a importância de um bom plano de ensino , né? Planejar esse macro é visualizar, antes de mais nada, o caminho que o aluno irá percorrer até chegar ao final do curso ou disciplina, além de pensar nas formas que ele fará isso. Bom, no EAD não deve ser diferente: esse plano deve prever os objetivos, conteúdos e metodologias, bem como os recursos disponíveis e as avaliações. Nesse sentido, é importante destacar que esse planejamento deve ser muito bem comunicado para os seus alunos, para que possam acompanhar o progresso. Além disso, outra dica importante é traçar metas sobre o que será ensinado em cada etapa do curso ou disciplina com o objetivo de ter o controle do que está dando certo e o que não está. Desta forma, será possível fazer uma auto avaliação de tempos em tempos e traçar os ajustes necessários em suas metodologias, tornando o aprendizado mais eficiente.

Tema e Objetivos

Assim como no modelo presencial, esses dois pontos são essenciais para que seu plano de ensino se desenvolva de forma adequada. Como são eixos estruturantes, eles guiam não só o aluno no aprendizado em si, mas também o professor ou professora, evitando eventuais fugas do tema da aula e avaliando o andamento dos objetivos de aprendizagem. O grande impacto dessa estruturação é o controle que isso traz. Por exemplo, sabendo que um objetivo de aprendizado não foi alcançado, é possível buscar as possíveis razões do ocorrido e, mais do que isso, há a possibilidade de fazer ajustes de metodologia e reforçar algum tema específico.

Presencial ou EAD, essa etapa de planejamento permanece com o mesmo papel. O que vai mudar, então? A forma de medir se o objetivo foi concluído ou não! Se na sala de aula presencial o contexto acaba deixando mais visível (e automática) a percepção de entendimento dos alunos, no ensino a distância isso terá que ser adaptado. Como perceber se alcancei meu objetivo com aquele tema? Como vou saber se meus alunos compreenderam a matéria, para além de provas e avaliações? Falaremos disso com mais detalhes ao longo deste artigo, mas os formatos de avaliação são diversos e, no fim das contas, tudo irá depender de como você organizará o seu conteúdo e de qual metodologia será utilizada.

Conteúdos

Sabendo os temas e os objetivos, partimos para o próximo passo. O conteúdo é o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e até valores que o professor deve ensinar para garantir o desenvolvimento do aluno. Resumidamente, é tudo aquilo que se quer passar para o aluno com o seu curso ou disciplina, tanto na teoria quanto na prática. Nesse momento, você pode listar todo o conhecimento que você quer passar, sem se importar com a forma como isso será feito. Essa etapa em si funciona da mesma forma que no ensino presencial. O que altera (e muito!) é o nosso próximo tópico, em que falaremos sobre os métodos como esses conteúdos serão transmitidos para os alunos.

Metodologia

A metodologia nada mais é do que como se dará o ensino na prática. Para quem já está acostumado com o ensino presencial, essa parte será a mais desafiadora de planejar. Explicações apenas faladas e até alguns tipos de aulas expositivas não terão o mesmo efeito educativo no EAD. Nesse modelo, o aluno será o protagonista, ou seja, ele deve estar no centro do aprendizado e, para isso, as metodologias devem estar a favor dele.

Nesse momento de definição, você deverá escolher a metodologia (pode ser mais de uma!) que se encaixa no modelo de aula do seu curso ou instituição. A sala de aula invertida, que é a metodologia mais utilizada no ensino a distância, consiste em dar maior autonomia para o aluno: ele fará, previamente, a pesquisa do tema a partir de documentos disponibilizados e o professor ou professora terá o papel de facilitador. Ou seja, as aulas são para debates, troca de ideias e resolução de dúvidas.

Outras opções de metodologia bastante utilizadas no EAD são a gamificação, utilizada para aumentar o engajamento com as tarefas, e o sistema Peer Instruction, usado principalmente para grupos maiores e baseado no feedback de aluno para aluno. É importante ressaltar que nada é engessado e, se você está começando no ensino a distância, é natural não saber o que funciona para você e seus alunos. Por isso, observe o andamento de suas aulas, faça testes e, sempre que necessário, realize mudanças.

Recursos

Os recursos são os materiais que você precisará produzir ou organizar para a preparação do aluno com o aprendizado. No modelo EAD, os recursos abrangem o pré-aula, através de materiais, a exposição durante o período da aula virtual e as avaliações pós-aula. Com todo esse material previamente organizado e pronto, o desenvolvimento de suas atividades ficará muito mais otimizado.

Começando pelo pré-aula, a gama de recursos é enorme e os tipos de material que você disponibiliza para que seu aluno possa ter autonomia no estudo podem ser determinantes para o seu aprendizado. Alguns dos formatos mais utilizados para esse fim são vídeos, e-books, apresentações interativas, infográficos e quizzes. Com isso, o professor conseguirá atrelar ao método, ferramentas que motivem o aluno a estar apto a discutir o tema em sala de aula virtual.

No EAD, sabemos que as aulas, tanto as que são dadas ao vivo quanto as gravadas, são feitas através de plataformas digitais. Por isso, visando aproveitar o máximo possível dos recursos, recomendamos estudar a plataforma utilizada antes para verificar as funcionalidades disponíveis com o objetivo de melhorar a experiência de aprendizado do aluno, mas também a sua. Essas plataformas costumam oferecer recursos como compartilhamento de apresentações, de vídeos, além de quadros interativos e enquetes. Aproveite estes recursos para enriquecer sua aula online.

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Avaliação

No ensino presencial, avaliar significa utilizar instrumentos e ferramentas para mensurar o conhecimento dos estudantes de um curso ou disciplina aplicando provas, por exemplo, certo? Com a evolução do ensino, as avaliações devem considerar não só o conteúdo e a prova, mas outras competências do aluno, como linguagem, frequência, compromisso, capacidade de argumentação e muitas outras. Essa mudança na avaliação deve tomar forma com o EAD e ultrapassar o antigo conceito de aprovar ou reprovar alguém. Falamos de como esse modelo de ensino traz autonomia e protagonismo ao aluno, então, nada mais justo do que avaliar essas competências durante seu aprendizado. Veja dois exemplos práticos:

  • Troca de ideias e Discussões: utilizando a metodologia de sala de aula invertida, o foco dos encontros deve ser o debate. Nesse caso, a percepção de entendimento e cumprimento do objetivo de aprendizado será através da discussão do tema pelos alunos. A partir dos assuntos falados e da profundidade do debate, o professor ou professora irá medir os resultados e entendimentos do tema. Além disso, nesses casos os alunos podem ser avaliados pela proatividade, capacidade de argumentação e de comunicação. Isso também funciona para a criação de fóruns, em que os alunos devem escrever suas opiniões e trocar ideias com os colegas de forma escrita.
  • Quizzes e enquetes: para aulas expositivas, você pode realizar pequenas enquetes interativas que façam sentido com o conteúdo. No Elos, por exemplo, isso pode ser feito diretamente na sala de videoconferência, durante a aula. Além de aumentar o engajamento com os alunos, permite que você entenda quais assuntos já estão entendidos e quais ainda precisam ser reforçados. Essas respostas podem contar na avaliação final. Para momentos além da aula em si, quizzes de fixação de conteúdo também são balizadores para avaliação dos objetivos de aprendizado e mensuração dos conhecimentos. Existem diversas ferramentas que deixam essa atividade mais divertida e didática, indo além de provas objetivas ou daqueles questionários padrões.

Uma última dica que deixamos é sempre manter um canal aberto com seus alunos, tanto para feedback das aulas, quanto para resolução de dúvidas. Com base na procura por dúvidas de conteúdo ou até de metodologia, por exemplo, você pode tirar conclusões de como está sendo a experiência de aprendizado e fazer alguma mudança, se necessário.


Deu pra perceber que o EAD tem diferenças, mas também semelhanças com o ensino presencial, não é? Com alguns pontos básicos você conseguirá adaptar suas aulas presenciais para o online, tendo sempre em mente que o ponto principal é aprender no dia-a-dia o que funciona para você e seus alunos e como a tecnologia pode te auxiliar na evolução do aprendizado.