O modelo tradicional de ensino vem perdendo espaço e gerando dúvidas quanto a sua eficácia para o desenvolvimento dos alunos. A compreensão da individualidade e das diferentes formas de aprender de cada estudante trouxe à tona a discussão sobre a personalização da aprendizagem.

Com a mudança das aulas presenciais para o formato a distância, as diversas abordagens de educação ganharam um novo aliado: a tecnologia. Se antes a atenção especial a um aluno era limitada pela sala de aula, agora aproveitar o tempo e as metodologias remotas tornam o estudante agente do seu processo de conhecimento e facilita a aprendizagem personalizada.

Mas afinal, o que é a aprendizagem personalizada?

Quando pensamos em uma sala de aula cheia de estudantes, fica difícil imaginar que o professor consiga dar conta de atender cada um individualmente. E isso é, na realidade, uma característica de um modelo antigo de educação. O professor tinha o papel de transmissor do conteúdo e o aluno de receptor. Dessa forma, os estudantes recebiam o mesmo atendimento em um padrão único de aprendizagem.

Mas boa parte desse processo esquecia que cada pessoa possui um tempo e uma forma específica de agregar o conhecimento. Ou seja, a individualidade de cada aluno fazia com que os interesses e aptidões fossem diversos em uma única turma.

E é a partir desse entendimento que surge a aprendizagem personalizada. O conceito foi criado em 1970 pelo cientista Victor Garcia Hoz, o qual defendia a importância de dar independência ao estudante criando planos de aula personalizados que se encaixassem no perfil de cada um.

A base dessa nova forma de entender a educação é respeitar a subjetividade, cultura e desejos dos alunos. A partir disso, se traça caminhos para que os objetivos de aprendizagem sejam alcançados. Em outras palavras, trabalhar os conteúdos de forma individual para que, no final, a turma como um todo esteja no mesmo nível de conhecimento.

Antes de pensarmos em trazer essa realidade para a sala de aula, é importante que o professor esteja familiarizado com o conceito e as práticas. Os cursos sobre aprendizagem personalizada e novas metodologias de ensino são importantes para que a teoria seja entendida e o docente avalie as suas condições para inseri-las na classe.

A importância do uso das tecnologias

Até o momento falamos de conceitos, agora trataremos da prática. Estamos num novo tempo de educação em que o EAD e o ensino híbrido são, de fato, uma realidade. Em ambos os contextos, o papel do professor muda e necessita de atualizações e novas abordagens.

A tecnologia é parte fundamental para que as aulas remotas aconteçam. Ela pede que o docente, em uma sala virtual, tenha uma didática diferente para que os alunos se mantenham interessados pelo conteúdo e se sintam seguros em relação ao seu desenvolvimento.

Apropriar-se dessas tecnologias e metodologias ativas ajuda, também, a descobrir como cada aluno aprende melhor e quais são seus interesses pessoais. Por exemplo, o uso de programas de gamificação ou atividades criativas como desenho e música podem despertar o interesse do estudante e fazê-lo compreender o conteúdo através da diversão.

Confira abaixo alguma dicas para tornar a personalização uma realidade

Dê tempo aos seus alunos: Como já mencionamos, o processo de absorção do conhecimento é específico para cada pessoa. Portanto, passar as atividades com prazos maiores possibilita que o estudante tenha tempo para absorvê-la e, também, para procurar por ajuda caso necessite. Assim, você utiliza a flexibilidade do ensino remoto a favor do processo de aprendizagem.

Estimule o Feedback: É importante que o aluno saiba que o professor o vê como alguém importante. O feedback cumpre muito bem este papel, além de fornecer ao docente uma visão mais ampla sobre a qualidade do conteúdo e os pontos de dificuldade de cada estudante.

Utilize a tecnologia a favor da didática: A tecnologia é uma realidade e pode ser muito explorada em benefício da aprendizagem. Procure desenvolver atividades que envolvam gamificação, textos digitais interativos, projetos interdisciplinares, conteúdos multimídia e muito mais.

Interação entre os alunos: O contato entre colegas é uma das melhores formas para desenvolver a criatividade e o diálogo. Busque estimular que a sua classe interaja e pense em conjunto. Atividades em grupo com supervisão do professor é uma das ferramentas capazes de atingir esse objetivo, além de proporcionar uma maior conexão do professor com grupos de estudantes.

Avalie os estudantes de maneira dinâmica: O conhecimento do aluno em determinado assunto pode ser usado a favor do conteúdo específico da disciplina. Portanto, o método de avaliação deve ser adaptado em relação aos interesses e aptidões.


Agora que você já está inteirado sobre essa nova forma de ensino, que tal colocar em prática? Se você quiser entender um pouco mais sobre o que é a gamificação e como aplicá-la na sala de aula remota, acesse o artigo 7 dicas para engajar seus alunos através da gamificação.