É clichê, mas parece que foi ontem que começamos a nos comunicar de uma forma mais instantânea e interativa mesmo sem estarmos fisicamente no mesmo local. Inclusive, algumas gerações nem sabem a importância disso, pois desde sua existência já contam com a tecnologia na palma de suas mãos. 55 anos é pouco tempo comparado à história da humanidade, mas quando focamos na evolução da tecnologia se torna bastante.
Há 5 décadas, empresas como AT&T, Ericsson, IBM, entre outras, dedicam tempo e esforços para o desenvolvimento de tecnologias que suportem as necessidades dos usuários. Podemos dizer que em 1960 tivemos a primeira experiência com a videoconferência. Muito distante do que conhecemos, mas totalmente disruptiva para o seu tempo. Como a maioria das inovações, contou com um tempo de amadurecimento e desenvolvimento de novas soluções, para só então alcançar o grande público e conquistar adesão.
Neste artigo iremos homenagear os 55 anos da videoconferência contando um pouco sobre sua história e seus principais marcos.
O que sabemos sobre a videoconferência
Tudo começou com o Picture Phone da AT&T, lançado 55 anos atrás, em 1964.
Não podemos dizer que essa era uma solução formidável, ainda mais porque, para que sua imagem fosse transmitida com o mínimo de qualidade, era necessário ficar quase imóvel diante da tela. Além disso, o custo pelo uso do aparelho era altíssimo, chegando a 16 dólares por minuto. Apesar disso, para conseguir um desses equipamentos era necessário reservá-lo com um bom tempo de antecedência.
Podemos dizer que pela pouca adesão do mercado esse equipamento foi taxado de fracassado. No entanto, a AT&T não desistiu e seguiu lançando outros dispositivos com algumas atualizações. Sua última tacada foi em 1992 com o Video Phone 2500.
Era relativamente mais acessível que os outros com a vantagem de contar com uma tela de LCD colorida. Por 1500 dólares ou uma diária de 30 dólares era possível adquirir esse incrível equipamento. Não muito diferente de seus antecessores, o Video Phone 2500 também foi fracasso em vendas e locações.
Naquela época as soluções de videoconferência eram focadas especificamente para o mercado comercial, não explorando o uso pessoal da ferramenta. Podemos dizer que foi a partir dos anos 80 que foi possível deslanchar o uso da videoconferência em função do desenvolvimento de novas tecnologias, como novos formatos de transferência de dados, evolução das taxas de dados, entre outros. As empresas Compress Labs e PictureTel ofereciam soluções mais competitivas e atraentes às grandes corporações.
Já nos anos 90, o custo dessa tecnologia havia despencado e novas soluções surgiam. A IBM foi a primeira empresa a vincular soluções de videoconferência a equipamentos como o computador. Esse serviço era chamado de PicTel.
Logo em seguida chegamos ao ponto das videoconferências que conhecemos ou que algumas das nossas gerações conhecem, como as soluções oferecidas pelo Yahoo! e MSN Messenger. Mesmo funcionando com baixíssima qualidade, eram absurdamente mais acessíveis comparadas às outras soluções.
Dando um salto e pulando para os anos 2000, contamos com uma internet de melhor qualidade, com a massificação dos computadores pessoais e tudo isso aliado a empresas persistentes e inovadoras. Dessa forma, aplicações mais refinadas de videoconferência finalmente aparecem no mercado. Começamos a dispor de câmeras capacitadas em reconhecer e focar, posicionando a câmera em um único comunicador ativo, cancelamento de eco e as primeiras apostas em videocolaboração.
E isso é tudo?
Atualmente contamos com uma infinidade de soluções em nuvem, com personalização e criação de salas específicas. Não precisamos mais de grandes hardwares para a execução de aplicações robustas. Além disso, com custos bastante acessíveis, já conseguimos resultados profissionais.
Contamos com um ecossistema de empresas que pensam a videoconferência sob diferentes olhares. Não só focadas nos mercados corporativos, mas também para uso pessoal.
Elos, Hangouts, Skype, Facetime, Zoom, Appear.in são alguns exemplos de solução de videoconferência em nuvem já disponíveis para utilização. Contam com recursos como colaboração, armazenamento, backup, gravação e transmissão ao vivo. Rodam em empresas, universidades e na casa das pessoas em geral. Seja pelo telefone, computador, tablet ou em uma grande e sofisticada sala dedicada à videoconferência.
O que nos aguarda no futuro?
Não somos futuristas e nem estamos tentando prever o futuro. Mas na verdade nem precisamos nos esforçar muito para observar algumas tendências. Baseado no histórico da videoconferência, sua jornada e formato de utilização atual, é possível citar algumas maneiras de uso prováveis para os próximos anos.
Soluções como tecnologias imersivas (realidade virtual e aumentada) e holografia estão na curva de desenvolvimento e aperfeiçoamento, porém certamente se tornarão comuns e acessíveis. Junto a isso, contaremos com traduções simultâneas e apoio da inteligência artificial para reconhecimento facial, desenvolvimento de linguagem natural, localização aperfeiçoada de trechos de conversas e tantas outras soluções.
Acreditamos que essa tecnologia irá evoluir para uma pós globalização e o seu papel será fazer com que as pessoas realmente se sintam conectadas e presentes no mesmo lugar. Quem sabe seja possível transmitir sensações e cheiros? É tudo uma questão de tempo.