Muito se discute sobre as inovações tecnológicas e como podem ser benéficas quando aliadas ao processo pedagógico. Desde tecnologias concretas, como laboratórios, bibliotecas e salas de aula virtuais até as mais subjetivas como as metodologias ativas de ensino, são aparatos tecnológicos com um objetivo em comum: melhorar ainda mais a qualidade da educação!
É claro que o conceito de qualidade é bastante particular. O que é bom para um aluno pode não ser para outro. Mas de maneira geral, os fatores que determinam se uma Instituição de Ensino oferece uma educação de qualidade é, também, baseado no quanto ela investe em pedagogia e tecnologia.
Segundo a pesquisadora Flávia Santana, qualidade educacional pode ser traduzida como:
“O conjunto de características que um produto ou serviço deve ter para bem atender às aspirações ou interesses dos usuários. Essa definição aplica-se perfeitamente na área educacional, pois tira de vez a posição exclusiva dos professores quanto ao processo de ensino, agora redefinido como um processo de aprendizagem, com muitos outros agentes e meios diversos implicados.”
Em outras palavras, entendendo que a qualidade não está relacionada exclusivamente à didática do professor ou as notas no final do curso, se tornou possível introduzir as novas tecnologias no processo educacional e usar delas para aumentar essa qualidade.
Hoje a gente vai desmembrar uma dessas tecnologias, a Inteligência Artificial (e de dados), e como usá-las na educação!
Definição geral
O já conhecido matemático Alan Turing nos diz que "é inteligente uma máquina que é capaz de iludir e passar por inteligente aos olhos dos homens". Essa definição nos ajuda a entender o conceito por trás da IA, que hoje podemos traduzir como uma área da ciência da computação que desenvolve aparatos tecnológicos que buscam simular ações humanas relacionadas à inteligência, como raciocínio, solução de problemas e etc.
Já quando falamos em inteligência de dados nos referimos quase que a uma subdivisão da Inteligência Artificial, afinal é através da IA que conseguimos construir essa expertise de dados e usá-los de forma estratégica na educação. É organizando as informações e integrando-as a um sistema de software inteligente que é possível analisar e interpretar esses dados com foco em aperfeiçoar as decisões e melhorar a capacidade analítica da instituição.
Aplicando esses conceitos na educação
A ideia de que usar uma tecnologia inovadora transforma o processo de ensino e aprendizagem, para aqueles com a cabeça fechada, pode não parecer real. Entretanto, é justamente a aplicação de novidades e a inserção dos alunos que faz com que não apenas o conteúdo seja melhor interpretado como também a vontade de aprender cresça ainda mais.
Uma das formas mais conhecidas de aplicação da Inteligência Artificial no processo de ensino é, justamente, através do uso de games e metodologias gamificadas como forma de aumentar o engajamento dos alunos. Quando falamos em gamificação é sempre importante lembrar que, imersos em um mundo cada vez mais tecnológico, trazer a realidade dos jogos digitais e a “mensagem” por trás deles (como competição, raciocínio lógico e rápido, resolução de desafios) para a realidade acadêmica sempre será um diferencial.
Em resumo, a gamificação se caracteriza pela utilização de elementos que compõem os jogos digitais, como avatares, pontuações, rankings e storytelling nos processos pedagógicos. Ou seja, desde a elaboração e o planejamento das atividades, o professor já pode desenhar um plano pensando que para assimilar tal conteúdo, o aluno pode ser imerso em um game, por exemplo.
Um detalhe importante é que, justamente por tentar aproximar-se cada vez mais do universo dos jogos, as atividades gamificadas precisam oferecer recompensas, prêmios e feedbacks rápidos para os alunos. Dessa forma, o aprendizado acontece de forma muito mais eficaz e o estudante se engaja e se interessa por continuar aprendendo.
Segundo os pesquisadores Josefa Cavalcante e Fernando Pimentel, no artigo Epistemologias da Gamificação na Educação: Teorias de Aprendizagem em Evidência:
“Na educação a gamificação apresenta um desenvolvimento mais denso dos elementos de games e possui o intuito de priorizar a aprendizagem a partir de elementos mais complexos, que levem em conta a interação com o meio, com as tecnologias e com as pessoas, o que pode levar a um nível maior de engajamento e motivação nas atividades pedagógicas.”
BigData
Também chamado de Data Science, pode ser definido como um conjunto grande de informações importantes (dados) que, administrados e organizados através de uma ferramenta digital inteligente, podem ser analisados para que sejam úteis ao objetivo.
Na educação essa ideia tem um valor enorme, principalmente quando pensamos que ao poder analisar os dados de alunos (relacionados ao processo pedagógico) fica muito mais fácil entender as lacunas de aprendizagem, as preferências individuais e, assim, passar a personalizar as atividades.
Na prática isso se traduz, por exemplo, quando ao realizar uma atividade online dentro do sistema de ambiente virtual de aprendizagem (integrado a uma ferramenta inteligente de análise de dados), o professor consegue ter acesso ao desempenho daquele aluno e quais os seus pontos fortes e fracos em relação ao conteúdo.
Imagine que você deixou uma tarefa para que seu aluno leia um número x de capítulos de um livro até a próxima semana. O conteúdo em si, pode ser massivo e o leitor perder facilmente a atenção com a leitura. Se esse livro fosse imersivo e interativo, será que ele não se engajaria muito mais?
É justamente essa a ideia da imersão tecnológica na educação, inserir a tecnologia nas atividades cotidianas para que elas se tornem muito mais divertidas e prazerosas de serem realizadas. Como a leitura, por exemplo, ou ainda uma aula online em que o aluno pode fazer uso de funcionalidades educacionais.
Os benefícios diretos para a educação
Personalização
Usar a Inteligência de Dados aliada a uma IA é uma das formas mais eficazes para conseguir uma educação mais personalizada. Como mencionamos antes, é através da análise dos conglomerados de dados que surgem dos ambientes virtuais que o professor consegue descobrir os pontos fortes e fracos dos seus alunos e, assim, particularizar a aprendizagem.
Dessa forma, o professor além de conseguir descobrir quais as dificuldades de aprendizagem dos seus alunos, assim como do seu desempenho tecnológico, é capaz de monitorar a curva de aprendizagem através de relatórios de uso.
Estimular o trabalho em equipe
Aprender a desenvolver em grupo é importante tanto para o desempenho dentro de sala de aula, como também para a realidade do mercado de trabalho. Estimulando a aprendizagem a partir de jogos digitais, por exemplo, os estudantes conseguem interagir, encontrar soluções em conjunto e, ainda, construir amizades com os colegas.
Aprender a lidar com situações adversas
Outro ponto bastante relevante quando falamos no uso de IA na educação é, justamente, ensinar o estudante a procurar por soluções para problemas. O professor aponta uma questão problema, e através da gamificação por exemplo, os estudantes interagem e vão atrás de soluções possíveis para o problema apresentado.
Assim como o tópico anterior, oferecer ferramentas para que aluno desenvolva sua capacidade de resolução será de grande utilidade para a vida fora da sala de aula. E isso se aplica tanto para as situações cotidianas quanto para o trabalho que ele desenvolve.
Estimular a aprendizagem através das tecnologias digitais é uma das formas mais eficientes para estimular o desempenho e desenvolvimento individual e coletivo dos alunos. Trazendo a Inteligência Artificial como parte do processo pedagógico, tanto o estudante quanto os professores têm benefícios inestimáveis para melhorar a qualidade da educação e preparar ainda mais o aluno para o mercado de trabalho.
O docente, então, conseguindo ter acesso aos dados de engajamento e desempenho dos alunos ao utilizar determinada tecnologia, é capaz de entender onde está o seu "calcanhar de Aquiles" e, dessa forma, personalizar o processo para que os desafios sejam superados.
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