Já falamos por aqui sobre os pilares fundamentais para o sucesso da gestão educacional de uma instituição de ensino superior. Hoje, vamos desmembrar e aprofundar um pouco mais a discussão sobre um dos mais fundamentais: a tecnologia.

As transformações em processos e metodologias da educação nos trouxeram ao que chamamos hoje de Ensino 4.0. As exigências do mercado de trabalho e dos próprios estudantes movimentaram tanto o ramo educacional, que se uma instituição de ensino não tem a sua área tecnológica bem desenvolvida e com materiais de qualidade, todo o processo de aprendizagem é prejudicado.

O plano pedagógico, a jornada do aluno dentro da IES, além das metodologias aplicadas e todo o gerenciamento acadêmico precisam ser adaptados e tecnológicos. Laboratórios virtuais, bibliotecas digitais, ambientes virtuais de aprendizagem e metodologias ativas fazem parte da área estratégica de tecnologia na instituição.

Um breve histórico da inovação até as tecnologias educacionais

O ser humano sempre buscou por eficiência em processos como uma maneira de evoluir a sociedade. Desde o século XVIII, na primeira revolução industrial, muita coisa mudou! Desde maquinários mais ágeis, gestão ativa e competente: as transformações que aconteceram nesses 300 anos ressignificaram a nossa visão de produtividade, aprendizagem e socialização.

Recentemente o mundo vem passando por novos ventos de mudança. A quarta revolução industrial, também conhecida como revolução tecnológica, nos apresenta a tecnologia como conectora do mundo real e do mundo virtual. Dentro disso podemos citar:

  • Internet das coisas: ou seja, os aparelhos já conhecidos, como eletrodomésticos e maquinários industriais, cada vez mais conectados em uma rede de inteligência artificial;
  • Estruturas de nuvem: armazenamento e gerenciamento de atividades, documentos e processos sem a necessidade de uma estrutura física. Tudo é digital!
  • Robótica avançada: desenvolvimento mais completo de robôs com características cada vez mais humanas, dotados de inteligência e capazes de fazer atividades operacionais;
  • Comunicação virtual em tempo real: a internet como meio para se conectar remotamente, por mensagens instantâneas, realidade virtual e chamadas de vídeo com inúmeras pessoas ao mesmo tempo.

Para muitas pessoas essas inovações ainda não são familiares. Mas se você pensar que os nascidos já no século XXI cresceram com aparelhos tecnológicos, computadores ultra rápidos, internet e redes sociais muito mais evoluídas, a transformação digital já é uma realidade!

A ideia de empregar tecnologias educacionais parte da incorporação de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC 'S) no cotidiano de uma sala de aula, com o objetivo de aprimorar, cada vez mais, os processos de ensino e aprendizagem dos alunos. Afinal, não se pode negar a onipresença tecnológica e o poder imensurável que a utilização correta desses recursos tem sobre o engajamento acadêmico.

A importância de uma área de TI bem estruturada

Se você é da área educacional ou tecnológica, com certeza já ouviu falar que uma estrutura técnica de TI deve ser considerada um investimento e não um gasto para a IES. Até esse momento do artigo falamos muito sobre a importância da inserção das novas tecnologias no ambiente educacional, o que nos dirige diretamente para o papel dos profissionais responsáveis pela parte técnica e estratégica desses recursos: a equipe de TI.

Essa equipe é uma grande aliada da gestão educacional, uma vez que responsabiliza-se pelos processos envolvendo armazenamento, gestão e desenvolvimento de novas plataformas, além do gerenciamento de todos os dados gerados. Outro ponto interessante é pensarmos que, se existe uma nova tendência em softwares, por exemplo, é a TI que transformará essa novidade em um recurso utilizável e aliado do processo acadêmico.

Mas o que é preciso para que essa área seja bem estruturada e eficiente? Veja três dicas fundamentais.

  1. Entender a diferença entre custo e investimento: Como mencionamos no começo desse tópico, é imprescindível que a gerência da instituição compreenda que o processo de aprendizagem torna-se defasado sem uma aliança tecnológica. E como qualquer outra atividade técnica, essa união precisa ser encabeçada por um time profissional, com habilidades e capacidades tanto da própria Tecnologia da Informação quanto de método acadêmico;
  2. Oferecer equipamentos de qualidade: Se a ideia da IES é trazer as tecnologias inovadoras para a sua realidade, a equipe responsável por essa transformação precisa trabalhar com recursos tecnológicos eficientes e capazes de gerir todo um sistema complexo;
  3. Focar na contratação de uma equipe técnica competente: Defina muito bem quais os objetivos da instituição com a estruturação da sua área tecnológica e o que se espera desses profissionais. Dessa forma, é possível ter um corpo de funcionários técnico que se relacione com a visão da própria IES.

Construindo o seu pilar tecnológico: a figura do(a) coordenador(a) de TI

O planejamento estratégico de alinhamento entre a área de TI e as demais áreas da instituição é a base do desenvolvimento de um pilar tecnológico. A definição de novos recursos para a aprendizagem é um trabalho conjunto entre quem necessita (área pedagógica), quem organiza (área de gestão e coordenação) e quem cria um protótipo, implementa e gerencia (Tecnologia da Informação). Todos esses setores precisam estar alinhados para que os projetos sejam eficazes e relacionados com os objetivos da IES.

Frente aos projetos e planos de ação da instituição envolvendo tecnologia, temos a figura do(a) Coordenador(a) Tecnológico(a). Esse profissional será responsável por algumas funções essenciais:

Implementação estratégica completa

Do insight ao planejamento e implementação, o(a) coordenador(a) deve ser a peça-chave para atender os desejos da instituição e alinhá-los às possibilidades técnicas da equipe de TI. Em todas as etapas de desenvolvimento, essa pessoa terá um papel fundamental, uma vez que gerencia e atua na tomada de decisões.

Esse profissional deve possuir características e habilidades capazes de liderar equipes, engajar a comunidade acadêmica, relacionar os setores da instituição sob um único objetivo, além de desenvolver métodos e processos para medir resultados e coletar feedbacks.

Análises de necessidades tecnológicas

Tecnologias muito inovadoras e disruptivas tendem a gerar resistência em algumas instituições e profissionais, principalmente quando são mais apegados a metodologias tradicionais. Para evitar que isso aconteça, ou mitigar essas reações adversas, o(a) coordenador(a) tecnológico(a) deve ser a pessoa que comandará as análises de necessidades periodicamente, além de conduzir encontros para estimular a aceitação das novidades e tendências.

Busca por novas ferramentas e insights

Já sabemos que as oportunidades e novidades no ramo de tecnologias digitais não param de surgir. Entretanto, para implementar um novo recurso não basta escolher o que está “bombando” ou o mais conhecido, afinal não é regra que ele será alinhado à metodologia da instituição. Por isso, deve haver uma centralização maior na hora de buscar por tecnologias e por insights a partir das necessidades observadas.

O(A) coordenador(a), portanto, é responsável por conduzir essa busca, organizar o orçamento determinado pelo setor financeiro, analisar as possibilidades de implementação e se será necessário modificar alguma característica na ferramenta.

Treinamento de alunos e professores: plataforma terceirizada

Na contratação de uma ferramenta terceirizada, por exemplo uma sala de aula virtual ou um ambiente virtual de aprendizagem, o(a) coordenador(a) precisa ter em mente que, ao priorizar plataformas fáceis de usar, com documentação, base de conhecimento bem estruturada e um bom suporte, fica muito mais fácil treinar os usuários e resolver qualquer tipo de dúvida de forma rápida, Dessa forma, esse critério deve ser levado em consideração na hora da avaliação das alternativas. .

Fluxo de contratação de uma plataforma terceirizada

Após o que foi apresentado e entendendo a importância da estruturação de uma área de TI como um pilar estratégico fundamental da instituição de ensino, precisamos compreender como se dá o processo de gerenciamento e contratação de uma nova plataforma.

1. Insights externos ou por necessidades: identificação das novidades do mercado de tecnologia mundial e do que é tendência educacional ou, ainda, através das pesquisas e análises de necessidades da própria instituição.

2. Discussão dos objetivos com outras equipes e direção: em muitos casos esse profissional não tem a palavra final sobre uma decisão tão importante, mas a sua experiência é sempre levada em consideração. Por esse motivo, após observar uma necessidade, ele organiza uma reunião com os decisores e equipe pedagógica para discutir o que a plataforma precisa abarcar, os recursos necessários e os benefícios que determinada tecnologia trará para o processo de aprendizagem.

3. Pesquisa de campo e análise das opções: depois de definido os objetivos e necessidades, é a hora de levantar as mangas e começar a pesquisa de opções. Toda a equipe de TI deve estar engajada e alinhada com o que foi definido pela direção, portanto a ação do(a) coordenador(a) deve ser de gerenciamento, organização de processos, requisição de recursos e do orçamento necessário. A definição da ferramenta deve ser baseada no objetivo dessa nova tecnologia, bem como nos requisitos técnicos e pedagógicos elencados pelas equipes envolvidas,

4. Contratação e treinamentos: Após definida a ferramenta que será contratada pela instituição, é hora de testar a plataforma com os usuários finais, ou seja, alunos e professores. Não esqueça que, quanto mais fácil a usabilidade, mais chances de sucesso!

5. Feedbacks: Por fim, não podemos esquecer do recolhimento, armazenamento e análise constante dos feedbacks. É importante que a ferramenta escolhida disponha de algum recurso para que os usuários deixem os seus apontamentos e sugestões, tornando possível o mapeamento de qualidade. O(a) Coordenador(a) Tecnológico(a) também pode conduzir pesquisas internas de feedback através de documentos e formulários.

Sendo assim, podemos observar o seguinte fluxo final:

Se você quiser saber mais sobre o papel da área de tecnologia dentro de uma Instituição de Ensino, baixe o nosso Guia Completo de Planejamento Estratégico de TI para IE, clicando abaixo.

Construa um planejamento estratégico para a TI da sua IES
Baixe um e-book exclusivo com um guia prático para a elaboração de um planejamento estratégico para a área de TI da sua Instituição de Ensino.

Curtiu esse conteúdo? Segue a gente nas redes sociais e assine a newsletter do Elos para não perder nadinha! :)