Uma das maiores apostas em termos de tendências educacionais para os próximos anos é o Ensino Híbrido, e com certeza você já deve ter ouvido falar muito sobre ele, não é?

A sua definição, em teoria, é muito simples: a união das atividades presenciais com as remotas. E seguindo essa ideia não parece nada complicado. Entretanto, é na tradução da teoria para a prática que a aplicação do modelo de ensino híbrido pode se tornar um grande desafio para as instituições de ensino.

Porque o híbrido virou tendência?

Quando pensamos em uma explicação do porquê as instituições passaram a investir no modelo híbrido, logo nos vem à mente a necessidade causada pela pandemia. Claro que esse processo foi inegavelmente um motor para que a educação híbrida entrasse na pauta das IES, mas vai muito além disso!

As novas tecnologias digitais, o mundo cada vez mais globalizado e as exigências do mercado de trabalho obrigaram as instituições de ensino a repensar seus modelos pedagógicos. Afinal, os estudantes - que agora são em sua maioria nativos digitais -  passaram a buscar pela inovação, praticidade e economia de tempo e dinheiro na hora de escolher um curso de graduação.

Pensando nisso, podemos dizer que o período de distanciamento social foi sem dúvidas uma validação de que é possível existir um processo de ensino e aprendizagem inovador, tecnológico e sem a necessidade da presença constante.

Online x Presencial

Segundo o professor e pesquisador José Moran, o processo de ensino e aprendizagem é, por essência, híbrido. Ele defende essa tese a partir do ponto de vista de que a educação acontece em uma sociedade imperfeita, com contradições entre políticas, modelos e práticas pedagógicas, além de que alunos e professores são produtores de conhecimentos e saberes constantemente.

Portanto, pensando sob a ótica de Moran, o grande desafio das instituições não seria propriamente a implementação do híbrido - afinal, ele já estaria intrínseco no processo -, mas sim encontrar o ponto de personalização necessária para que esse modelo seja eficaz.

Partindo então da ideia de que as diferentes vivências e bagagens individuais, tanto dos alunos quanto dos professores, já caracteriza uma hibridização do ensino, como explorar ao máximo isso de forma que a união do presencial e online não se torne um desafio ainda maior?

É claro que não existe uma resposta pronta para essa pergunta, uma vez que cada processo será individual, mas algumas dicas podem ser fundamentais e ajudar muito nessa transição.

Uma delas, e talvez a mais essencial de todas, é referente à escolha de quando a aula deve ser online e quando ser presencial. Essa definição não pode ser baseada apenas pela teoria, e o professor precisa ter a sensibilidade necessária para compreender quando é necessário o contato físico e quando esse contato pode ser virtual.

Online: explorar os recursos online disponíveis, tanto na plataforma de sala de aula virtual quanto no Ambiente Virtual de Aprendizagem, é uma das melhores formas de tornar os encontros remotos mais atrativos e dinâmicos. Um ponto relevante é ponderar e mapear muito bem as atividades práticas e as teóricas, para que o virtual seja também um espaço de troca mas mais voltado para o desenvolvimento da teoria.

Presencial: A partir da ideia de que os encontros online são momentos de troca para as aulas mais teóricas e que não necessitam tanto da proximidade física, o presencial precisa ser explorado como um momento de troca de conhecimentos práticos, incentivando dinâmicas de grupo como forma de criar conexões com os estudantes, por exemplo.

É claro que essa divisão não é uma regra, e nem deve ser, afinal o ideal é que o processo educacional seja o mais personalizado possível. Mas é importante ter em mente que uma educação híbrida não é apenas fazer uma aula online e outra presencial. É preciso que cada escolha seja pensada e planejada conforme as necessidades da disciplina em questão.

O que é preciso considerar no online?

Como falamos anteriormente, ensino híbrido não é apenas oferecer aulas online e aulas presenciais. É preciso existir uma junção que faça sentido e que explore ao máximo as potencialidades de ambos os formatos. É claro que pensar no presencial se torna mais fácil, afinal é o modelo tradicional que estamos acostumados - e que você provavelmente experienciou por muitos anos! Mas pensando no online, que pode ser relativamente novo para muitas pessoas, como tornar ele atrativo e engajador?

Os momentos online possibilitam que os alunos aprendam em seu próprio ritmo, de qualquer lugar e evitando deslocamentos por vezes desnecessários. Tudo isso engloba muito a ideia de personalização, que deve ser o foco das atividades online, e que aliada a uma boa tecnologia tem um potencial transformador.

Segundo Lilian Bacich, pesquisadora de ensino híbrido, o online oportuniza o foco no desenvolvimento das habilidades essenciais, ao mesmo tempo que oferece oportunidades para os estudantes irem além do que é proposto.

“Projetos ampliam a relação dos estudantes com os conhecimentos e possibilitam a construção em grupos, o desenvolvimento do pensamento crítico, científico e criativo, a aproximação com a cultura digital como caminho para que se aprenda mais e melhor, entre outras possibilidades.”

Mas para que tudo isso aconteça de forma efetiva, é necessário não apenas uma readequação curricular e metodológica, mas também uma transformação de pensamento da comunidade institucional para que se compreenda de fato que o híbrido veio para ficar, mas que a sua implementação deve ser bem estruturada, personalizada e sensível às necessidades.

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