Sobre hábitos e mudanças de paradigmas no trabalho

A EAD por muito tempo enfrentou preconceito referente sua qualidade educacional. Para muitos, eram significativas as diferenças entre as modalidades presenciais e virtuais. A verdade é que realmente há diferenças, porém não se restringem a qualidade e sim às formas metodológicas e organizacionais. Está relacionada a como o estudante se desenvolve e se aprimora, tanto em questões de atitude (perseverança, resiliência, engajamento), quanto em questões cognitivas (buscar os conhecimentos e ter autonomia para seu desenvolvimento educacional).

Esse formato de educação tem quebrado muitas barreiras e se mostrado de grande valia principalmente para àqueles que enxergam os futuros modelos de trabalho. Neste post vamos abordar como a EAD pode te qualificar para o mundo profissional e quais são seus principais desafios.

Os desafios de uma jornada EAD

Não basta se matricular, encaminhar a documentação necessária e pagar as mensalidades. São passos necessários, é claro, porém iniciais e desprovidos de qualquer compromisso maior. Uma jornada EAD pode ser dura e capaz de provar seu nível de persistência. Ainda que o acesso à educação a distância tenha aumentado, seus índices de evasão são altíssimos. Muitos não chegam a completar a primeira prova ou primeiro semestre (quando abordamos o ensino superior ou uma pós graduação).

Mais do que manter o engajamento, continuar comprometido com o curso independente das adversidades não é tarefa fácil. A EAD é bastante solitária em alguns momentos e isso incita a vontade de desistir. Somos seres sociais e precisamos constantemente estar em contato com outras pessoas. É comum termos nosso grupo de amigos no trabalho, escola, time de futebol etc. Como construir isso na educação virtual? Às vezes não é possível, mas nem por isso usaremos como motivo para não seguir adiante.

Quando estamos presencialmente em um local nem sempre concentramos ou nos dedicamos àquele momento. Aparentemente estamos de corpo presente, mas nossos pensamentos voam longe. No ensino à distância não é assim, precisamos estar ali atentos ao que acontece, seja assistindo a algum conteúdo ou realizando uma tarefa. Não é possível não se dedicar, pois não haverá outro momento ou oportunidade. Caso contrário, os prazos passam e perdemos a disciplina. O senso de autonomia é enorme comparado ao ensino presencial. Na graduação comum, por vezes, contamos com professores que nos sinalizam, avisam. Na EAD, na maioria dos casos, não é assim. Por isso, é preciso ter maturidade, competência e conhecimento de suas responsabilidades.

Isso demonstrará o quanto está preparado para resolver seus problemas sem depender tanto da interferência externa ou apoio demasiado.

Competências e Habilidades

Neste século 21 entrou em pauta as discussões acerca do aprendizado através das competências e habilidades. Desmistificando um pouco sua teoria, nada mais é do que se tornar hábil em uma ou diversas atuações e, dado a essa mudança de atitude, ser competente em algo. Por exemplo, como posso desenvolver a competência de falar em público? Para isso é preciso ser hábil em organizar as ideias, oratória, dicção, compreender como se portar e comportar em público etc. Adquirindo essas habilidades e mudando de atitude será possível adquirir a competência para falar em público com excelência.

Com esse modelo de pensamento as instituições entenderam que, mais do que ensinar conteúdos soltos, era preciso associá-los ao desenvolvimento de competências. Compreender qual a importância e significado daquilo para a vida dos estudantes. Logo a lógica foi invertida. Ao invés de se ensinar conteúdos e depois conectá-los a algo, pensou-se nas competências para então combiná-las com os melhores conteúdos.

Quando pensamos em educação a distância percebemos a imensidade de competências e habilidades envolvidas. Porém, nesse caso, não estão explícitas, não fazem parte de uma ementa ou planejamento. Elas são implícitas e desenvolvidas à medida que nos mantemos ativos no curso em questão. Vão acontecendo de forma natural e, por vezes, não estão presentes quando realizamos um curso no formato presencial.

Tenha em mente como competências: autonomia, resolução de problemas de forma alternativa e criativa, resiliência, pensamento crítico, profissionalismo, autodidatismo, produtividade, flexibilidade, responsabilidade, iniciativa, entre outros. Agora faça uma análise do quanto elas podem se apresentar em um curso EAD e em um curso presencial. É clara a percepção de que para o modelo virtual contamos com a maioria dessas competências. Faz-se necessários tê-las presentes para que seja possível concluir um curso nesse formato. E se formos mais críticos e reflexivos perceberemos o quanto tais competências são importantes para a vida, seja ela pessoal ou profissional.

Novos modelos organizacionais

As estruturas e organizações de trabalho tem se transformado completamente. Esse boom está conectado diretamente com o surgimento de startups disruptivas (ed-techs, fintechs etc) e com as novas gerações de profissionais desacomodados e inquietos. Além disso, grandes corporações tradicionais e já consolidadas buscam reformulações para não perder espaço no mercado e garantir os melhores perfis nos seus times.

Não basta mais ser um profissional com conhecimentos técnicos necessários ou um curso superior, isso agora é apenas o básico. As empresas precisam de pessoas com competências interdisciplinares, cognitivas e socioemocionais. Pessoas que tenham condições de trabalhar sozinhas e ao mesmo tempo em grandes equipes. Indivíduos ativos, criativos, críticos, sociais, que saibam lidar com ambientes instáveis e flexíveis e que não se limitem a um escopo de conhecimentos.

A globalização tem unido norte e sul, Brasil e Japão, e ter competência para lidar com times globais é um diferencial. Neste ponto específico podemos notar o quanto uma educação a distância pode ser valiosa, pois a todo momento lidamos com um ambiente assim. Saber se comunicar a distância, compreendendo diferenças culturais, de idiomas e fuso horários mostra maturidade e credibilidade para conquistar o emprego almejado.

Por fim, ter competência para não desistir ou desmoronar nas imprevisibilidades e incertezas. Para quem ainda desconhece, vivemos em um mundo VUCA (VOLATILITY — volátil, UNCERTAINTY — incerto, COMPLEXITY — complexo e AMBIGUITY — ambíguo). Estamos além do estado líquido de Bauman. Isso significa que transformações são imediatas dada a nossa sociedade complexa.

Qual o papel da videocolaboração

Neste cenário, temos como recurso a videocolaboração. Encarregada por conectar e diminuir a distância onde quer que estejamos. Em nossa atual realidade, com o surgimento e disseminação dos times globais, é muito necessário contar com tecnologias que nos apoiem e deem o suporte necessário.

Para alguns, utilizar desse recurso não é tão simples quanto parece. Ainda que fácil, necessita de adaptação. No entanto, a partir da prática, acostuma-se facilmente.

A videocolaboração une pessoas e derruba barreiras de distância. Além disso, torna o tempo mais produtivo.

Não é preciso deslocar pessoas fisicamente, diminuindo assim os recursos financeiros. Como uma aula EAD onde possuímos todos os participantes conectados, para uma reunião não é diferente. Um espaço de colaboração virtual que incentiva atenção, protagonismo e autonomia dos envolvidos.

Novos modelos de economia e sociedade buscam constantemente mudanças e transformações, tornando nosso tempo mais valoroso e significativo para todas as ações do dia a dia. Não seria diferente para a forma como as pessoas interagem e se encontram, seja fisicamente ou virtualmente.

Em nosso mundo VUCA, mudanças e incertezas farão cada vez mais parte dos nossos dias. Adaptações e readaptações mostrarão o quanto estamos preparados para, não só o futuro, mas principalmente a atualidade. Vivemos intensamente as transformações e, a cada momento, recebemos novas informações, instruções e formas de fazer nossas atividades.

Para o ensino não seria diferente, pois também contamos com inovações. Ainda que a EAD não seja algo inédito, ela nos apresenta incrementos consideráveis. Seja na sua metodologia, ou tecnologia. Ela caminha e se desenvolve tão rápido quanto outros modelos organizacionais, e isso é bom! Significa que contamos com pessoas preparadas e que se dedicam a compreender como ela podem atuar significativamente em nossa vida.

Pense em nossos modelos educacionais, nossos modelos de economia e como nos constituímos profissionais. Agora, tente fazer uma conexão entre aqueles modelos que mais combinam dada nossa atualidade e me diga: vale a pena experimentar algo novo hoje? Despeça-se de seus pré-conceitos e confie em novos jeitos de fazer as coisas. Seja estudando, trabalhando ou até mesmo fazendo uma reunião através da videocolaboração!

Fonte da imagem de capa: Pexels