Neste post abordaremos as 10 tendências para a educação do futuro. Imagine sua instituição e reflita sobre quais pontos ela já está atenta e o que ainda precisa correr atrás.

O futuro não se baseia apenas em tecnologia, ainda carece muito de humanização. Vamos nos atentar às principais tendências para uma significativa melhora educacional baseada apenas em mudanças comportamentais e de mindset.

#1 Unschooling

Para quem ainda não ouviu esse termo, denomina-se por estudos domiciliares: estudar em casa. Em alguns lugares essa prática já é normatizada, como é o caso dos Estados Unidos. No Brasil ainda não está legalizada. No entanto, referimo-nos a este termo com o intuito de trazer à tona a educação não formal ou informal: aquela que não acontece na escola ou em instituições de ensino.

A prática de estudar por conta própria, sinalizando os estudos a partir do ensino superior, tem se tornado mais frequente entre jovens e adultos. Isso porque cada vez mais plataformas disponibilizam cursos livres de qualidade que atuam sobre assuntos específicos tornando o aprendizado mais prático e palpável. Até mesmo o Youtube já demonstrou seu potencial para disseminação de conhecimentos diversos. Não é incomum conhecermos pessoas que utilizam tais fontes para estudo próprio. Inclusive grandes empresas como o caso da Google já aceitam profissionais sem diploma.

#2 Nano Graduações

Nano Graduação pode ser um termo mais moderno para os atuais tecnólogos? Talvez. Como o nome já supõe, são graduações com tempo reduzido e baseadas na prática e em assuntos atuais. Está mais difundida internacionalmente através de plataformas como Coursera e Edx. Seus diplomas não são validados pelo MEC, no entanto diversas empresas privadas comprovam sua autenticidade.

Podem ser tanto 100% EAD como semipresencial, caso em que você precisará ir até a universidade para as aulas presenciais. Ainda não contamos com a participação de universidades brasileiras nessa modalidade, com exceção do primeiro curso livre disponibilizado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) em parceria com o Coursera.

#3 Curadoria

Com as mudanças educacionais e principalmente sobre o papel do professor em sala de aula, cada vez mais contamos com sua presença num aspecto de mentor, facilitador e/ou mediador. O docente não é mais detentor do conteúdo ou conhecimento, todas as informações pertinentes encontramos em diversos meios como é o caso da Internet.

Porém, ainda que tenhamos toda informação necessária, ela chega até nós em quantidade absurda, nem sempre verídica e por vezes conectada a tantos outros assuntos que fica bastante complicado de organizar ideias, temas e tópicos. O professor, mais do que nunca, se faz necessário. Ele é o agente que rege sobre essa curadoria de conteúdos, informações e conhecimentos. Torna a busca dos alunos mais eficiente e inteligente. Orienta e mostra os caminhos certos.

#4 Personalização

Passamos de uma educação bancária, pautada pela massificação superficial, formadora de tantos analfabetos funcionais, para uma educação que preza a personalização e os diferentes estilos de ensino e aprendizado.

O que era definido de um para muitos, tornou-se de um para um. Como é possível criar trilhas de aprendizado para cada um dos estudantes num contexto escolar? Mais do que uma tendência, vem sendo grande preocupação de instituições de ensino que prezam pelo ensino de excelência. Ainda é um grande desafio, dado a complexidade do cenário, principalmente para instituições com milhares de estudantes. No entanto, através da tecnologia em plataformas de ensino e metodologias diferenciadas já é possível alcançar esse objetivo.

#5 Competências Socioemocionais

O aprendizado através do afeto, do cuidado e da escuta atenta são consequências de uma educação pautada nos seres humanos. Desenvolver competências socioemocionais é extremamente importante para nossa cidadania globalizada. Não basta encher a escola de aparatos tecnológicos, metodologias diversificadas e docentes com excelência acadêmica se a educação, por si só, não for capaz de fazer sentido ou criar significado para os estudantes.

O desenvolvimento humano precisa acontecer em todas as suas esferas, o que vai muito além do racional. Cuidar dos indivíduos de forma integral não é tarefa fácil e nem somente das instituições de ensino. Esse desenvolvimento precisa acontecer em uma rede que vai desde a família, passa pela escola e se estende ao comunitário e campo profissional.

#6 EAD

Educação a distância, bastante popularizada e difundida, segue como tendência para os próximos anos. Especialistas acreditam que nem educação presencial, nem totalmente virtual atrairão olhares consolidados. Será através da educação híbrida que alcançaremos os maiores resultados. De todo modo, centros de ensino se transformam para se adaptar às mudanças tão emergentes. A EAD, antes valorizada pelas faixas etárias entre 30 e 50 anos, agora começa a cair no gosto dos jovens. Enquanto as matrículas para as universidades em cursos presenciais se mantém as mesmas ou até diminuem, para cursos EAD chegam de 17% a 30% de crescimento.

Junto ao EAD, teremos a presença de novos modelos de ensino como é o caso das plataformas citadas anteriormente Edx, Coursera, Udacity, Udemy e demais que vêm se popularizando.

#7 Gamificação

O que podemos aprender com os jogos? A verdade é que gamificação vai muito além dos jogos. Está mais orientada ao seu conceito, diz respeito àquilo que nos engaja, motiva, encoraja e diverte. Seu estudo se baseia na pedagogia, psicologia e demais áreas.

Na prática, podemos pensar na gamificação como uma metodologia poderosa para transformar os espaços de ensino e tornar o aprendizado mais atrativo. Já é tendência em diversos aplicativos e serviços. Um exemplo são os pontos de cartão de crédito que acumulamos para trocar por produtos ou a barra do LinkedIn que completa conforme preenchemos nosso perfil.

Usar gamificação não é tornar a vida um jogo, mas utilizar elementos como pontos, regras e medalhas, contextualizados a uma prática ou atividade tendo o objetivo de torná-la mais significativa.

#8 Tecnologias Imersivas

O antigo Google Glass, descontinuado, foi a porta de entrada para a massificação das tecnologias imersivas. Realidade virtual não é uma novidade, já contamos com sua presença há pelo menos vinte anos, porém atualmente tem se popularizado e conectado com diversos formatos de atuação. Ela não vem sozinha, para o time contamos com a realidade aumentada e mista.

Realidade virtual: através de um dispositivo (seja um óculos ou um cardboad acoplado a um celular) e um aplicativo é possível se conectar de forma virtual a cenários, jogos ou ambientes. Atualmente bastante utilizada com jogos, mas também simuladores. Já existem projetos que pretendem utilizar a realidade virtual para simular cirurgias, trajetos com veículos, treinamentos militares etc.

Realidade aumentada: acontece através de um dispositivo com a tecnologia necessária, seja um smartphone, tablet, notebook, óculos etc. Seu objetivo é ampliar e sobrepor imagens ao cenário real. Já existem projetos de arquitetura onde, através do equipamento adequado, é possível sobrepor móveis virtuais sobre um espaço real de um apartamento. O jogo Minecraft, adquirido pela Microsoft, também já possui tecnologia através de um óculos especial onde pode ampliar um mundo virtual sobre um espaço real.

Realidade mista: junção das duas tecnologias citadas anteriormente. O Minecraft também se enquadra nessa categoria.

#9 Inteligência Artificial

O aprendizado de máquinas é um assunto com grande repercussão. Atualmente já contamos com tecnologia adequada para utilizá-la em diversos cenários como é o caso do educacional. Tem se difundido bastante através de softwares assistentes, como por exemplo a Siri da Apple ou Watson da IBM.

Para a educação também contamos com algumas soluções como o caso da Carol, inteligência de negócios da TOTVS para sistemas de gestão. Ela tem a capacidade de se conectar com os sistemas escolares e transformar seus resultados em uma linguagem mais natural. Certamente esse será o futuro da educação.

#10 Big Data

Imaginem instituições de ensino imensas que precisam lidar com diversos tipos de informações em quantidades absurdas. Taxas de matrícula, índices de evasão, inadimplência, opções por cursos, e demais informações relevantes para o negócio da empresa. Através do big data é possível lidar com grandes volume de dados, por vezes desestruturados, e cruzar informações. Com os resultados é possível obter insights que levem a melhores resoluções e ações estratégicas para o negócio.


Essas são as principais tendências entre tantas outras que já estão sendo usadas ou esperando sua vez no cenário educacional. O mais interessante, no entanto, é perceber que diversas contam apenas com mudanças de atitudes e comportamentos. Processos que podemos ressignificar visando uma excelência acadêmica.

Fonte da imagem de capa: Pexels