08 de março, Dia Internacional da Mulher: o que isso representa?

Para a Líder Socialista alemã, Clara Zetkin, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhague, no ano de 1910, a instituição de uma data anual simbolizaria a luta pelos direitos das mulheres trabalhadoras.


Diferentemente de outras datas ‘’comemorativas’’ do nosso calendário, o Dia Internacional da Mulher não surge com raízes comerciais, mas sim da busca por igualdade de gênero e equidade nas relações de trabalho. Contudo, o marco inicial que desencadeou esse dia símbolo, no começo do século XX, ainda não é historicamente bem definido. Conheça algumas dessas manifestações:


Triangle Shirtwaist Company, 1908 - 1911

A primeira greve organizada e documentada de mulheres aconteceu nas  imediações da empresa têxtil Triangle Shirtwaist Company, na cidade de Nova York. Mulheres operárias que, durante o ápice da Revolução Industrial Americana, costuravam cerca de 14h diárias por salários de fome, reivindicaram melhores condições de trabalho e diminuição da carga horária, além de aumentos nos salários.

Entretanto, em 1911 um incêndio acometeu a fábrica e vitimou cerca de 146 trabalhadores. 125 eram mulheres. As péssimas condições de trabalho a que eram submetidas viraram grandes pautas para a luta feminista organizada dos anos seguintes.


A Grande Passeata, 1909

Inspiradas pela greve de 1908, 15 mil mulheres marcharam pelas ruas de Nova York, em 26 de fevereiro, segurando cartazes, placas e uma série de reivindicações. Entre elas, melhores condições de trabalho e diminuição das jornadas diárias, uma vez que poderiam chegar a 16h e seis a sete dias na semana.

Neste momento se consolidou, pela primeira vez na história, um Dia Nacional da Mulher.


Movimento das Mulheres Socialistas

No início de 1917 as manifestações feministas ocorriam de forma constante na Rússia Czarista, principalmente com foco nas imposições trabalhistas. Essa luta pode ter discussões acerca do início, mas sobre quem a iniciou se tem certeza: as mulheres operárias.

Nessa época o país governado pelo Czar Nicolau II utilizava o calendário juliano como oficial. Sendo assim, em 23 de fevereiro de 1917 (ou 08 de março no calendário gregoriano) a manifestação conhecida como Pão e Paz levou cerca de 90 mil mulheres às ruas. O nome do protesto tem relação com as reivindicações, porque para além das condições de trabalho, as russas lutavam contra as ações do Czar que estavam levando enormes grupos populacionais à miséria.

O movimento foi uma dos pontapés iniciais para que, no mesmo ano, desse início a Revolução Russa que tiraria Nicolau II do poder.


Mulheres da Mconf

Após décadas de constantes lutas, muitos direitos foram conquistados pelas mulheres. Entre eles o direito ao voto, decisão sobre casamento, educação e o direito ao trabalho com cargas horárias e salários justos.

Hoje convidamos todas as mulheres funcionárias da Mconf para contarem a sua história, o seu entendimento do ‘’ser mulher’’ e qual significado elas atribuem ao 08 de Março. Confira as entrevistas:

Rafaela Monaco - Designer

  • Com o que você trabalha dentro da Mconf?

Atuo no design da plataforma e do portal Elos junto com os times de desenvolvimento. Também, junto do time de comunicação e marketing da empresa. Quando não estou trabalhando ou estudando, eu gosto de pegar ondas e aproveitar a vida com meus amigos.

  • Qual a mulher que você mais admira?

A mulher que eu mais admiro é a minha mãe, a Miriam. Ela cresceu ouvindo que não era muito importante estudar já que ela era menina. Sozinha, ela corria atrás de suas matrículas na escola desde seus 7 aninhos. Ao casar-se foi impedida de estudar e trabalhar. Ela trabalhou escondida como faxineira, como costureira. Quando eu já tinha 8 anos ela bateu o pé com meu pai e voltou a estudar.

Se formou no ensino médio e fez vestibular para pedagogia. Passou em 1° lugar, teve bolsa de 50% no curso e se formou com nota máxima. No dia da formatura dela, meu pai admitiu que errou no passado, que se arrependeu e que tinha muito orgulho da força dela. Que bom que tu insistiu - disse em frente a todos.

Minha mãe educou minha irmã e eu para que fôssemos mulheres fortes, livres, capazes de escolher nossos próprios destinos. Nada de se submeter a outra pessoa para ter segurança e sustento, nada de se anular por viver na sombra de alguém. Ela queria um futuro melhor para nós duas. Ela fez o seu máximo para poder nos dar: educação de qualidade, encorajamento, apoio e amor incondicional.

  • O que é ser mulher?

Eu acho que não existe uma resposta para essa pergunta. Ainda bem!

  • Para ti, qual o significado do Dia da Mulher?

Sinceramente, a data em si não me afeta de forma diferente dos outros dias. É meu jeito, não ligo muito para aniversários e essas coisas. Os meus sentimentos sobre a luta das mulheres por igualdade e justiça são os mesmos durante o ano inteiro. Eu sempre penso nisso. Mas eu entendo a importância desse dia para a sociedade de um modo geral, afinal, nesse dia o diálogo sobre nossas causas fica em foco. Nesse dia relembramos e honramos todas as mulheres incríveis que já lutaram pela igualdade de direitos. Nesse dia nos comprometemos com um novo ano de lutas e resistência por todas nós e por todas que virão.

Emily Ebert - Comunicação e Marketing

  • Com o que você trabalha dentro da Mconf?

Sou estagiária do time de Marketing da Mconf, e estudante de Jornalismo. Trabalho com produção de conteúdo para as redes sociais da empresa, além de vídeos e nosso programa de podcast. Fora do trabalho e faculdade, gosto de ouvir música, cozinhar e andar de bicicleta pela cidade.

  • Fale sobre alguma mulher que você admire.

A mulher que eu mais admiro, e que mais me inspira, com certeza é a minha vó, Arlete. É até difícil falar o que ela representa na minha vida sem me emocionar, mas vamos lá. Depois de criar três filhas, ela abraçou mais um desafio e decidiu cuidar de mim também. Não sei até hoje como ela conseguia conciliar todo o trabalho de cozinheira praticamente full time, com ser uma mãe amorosa, carinhosa e presente.

  • O que é ser mulher?

Acho que aquela frase da Simone Beauvoir nunca fez tanto sentido: ninguém nasce mulher, torna-se mulher. E é exatamente isso. Não nascemos sabendo o quanto ser mulher, em um mundo machista e opressor significa. Aprendemos empiricamente, e muitas vezes de forma cruel. Para mim, ser mulher significa, sobretudo, lutar todos os dias sem cansar, porque sabe que terá que lutar no próximo também.

  • Para ti, qual o significado do Dia da Mulher?

Para além de uma data, é um símbolo histórico. Um símbolo dessa luta por espaço, voz e visibilidade. Por respeito em todos os âmbitos da sociedade, e por liberdade na escolha do nosso caminho. É um dia para, como em todos os outros, recordar a força das mulheres que abriram caminho para nós. Para refletir tudo o que já conquistamos e o quanto ainda nos falta para alcançar o objetivo final.

Por fim, é uma data que sinaliza mais uma força condutora para não desistir, não baixar a cabeça, e nunca mais aceitar as regras impostas por essa sociedade feita por homens e para homens.

Julia Pereira - Comunicação e Marketing

  • Com o que você trabalha dentro da Mconf?

Trabalho como Analista de Marketing e atuo como líder do time de Marketing e Comunicação.

  • Fale sobre alguma mulher que você admire.

Tanto pela sua história de vida quanto pelo seu talento, escolhi falar da Scholastique Mukasonga, escritora tutsi nascida em Ruanda. Ela sobreviveu, graças a sua mãe, ao genocídio que assassinou mais de 800 mil pessoas nessa região, nos anos 90. A partir desse episódio tão doloroso, em que perdeu quase toda sua família, sentiu que devia contar e eternizar essa e tantas outras histórias que não nos são ensinadas nas aulas de história.

Scholastique faz isso de uma forma tão poética, tão forte, potente e, ao mesmo tempo, doce. Isso porque, além dos causos tristes, ela faz questão de trazer todos os detalhes da sua vida lá, contar os momentos bons, falar da sua família e dos costumes do seu povo. E ela faz isso conscientemente porque também quer preservar essas memórias que são tão importantes quanto as ruins.

“Mas, na minha memória, o inzu [assim eram chamadas as casas em Ruanda] não é essa carcaça vazia, é uma casa cheia de vida, com risadas de criança, conversas alegres de moças jovens, histórias murmuradas à noite, rangido de pedra moendo os grãos de sorgo, barulho de cerveja fermentando e, na entrada, a batida ritmada do pilão.” (trecho de A Mulher de Pés Descalços)

Os livros dela têm o horror, porque não tem como não ter, mas também têm humor e, principalmente, amor. Ao mesmo tempo que eu choro pelas coisas terríveis que ela e sua família passaram, também fico feliz por ela (r)existir e compartilhar suas memórias tão ricas e transformadoras com a gente.

  • O que é ser mulher?

Para mim, ser mulher significa resistência. É existir em um mundo que ainda nos subestima, nos julga e nos oprime. É lutar diariamente pela liberdade de fazermos as nossas próprias escolhas e de sermos quem quisermos ser. Além disso, ser mulher para mim também é sobre as mulheres que me cercam. É pensar no coletivo, entender que eu cheguei aqui por causa de outras mulheres e que as minhas ações podem e devem transformar a realidade de outras mulheres à minha volta. É acolher as dores e as alegrias das minhas, ter compaixão e empatia com suas vivências e lembrar, sempre, que juntas somos mais fortes.

“agora que percebemos
que somos a nossa própria cura
perdemos o medo de gritar
anos de silenciamento
agora provocam vendavais
ao lado das minhas, estou a salvo”
(Ryane Leão)
  • Para ti, qual o significado do Dia da Mulher?

Para mim, o dia da mulher é a representação de um ano inteiro de luta pela equidade de gênero, pelo respeito e, principalmente, pela liberdade de todas as mulheres serem quem quiserem ser. É um dia para a gente gritar todas as nossas dores, mas principalmente de reflexão: qual é o meu papel nessa luta? O que eu posso fazer para ampliar o caminho das mulheres que vierem depois de mim?

Por outro lado, acredito que o dia de hoje também é uma oportunidade da gente celebrar as mulheres que vieram antes de nós, todas aquelas que lutaram para que a gente estivesse aqui hoje com todos os direitos que já conquistamos. E isso inclui tanto a minha mãe, por exemplo, e também grandes nomes da história da luta das mulheres no Brasil e no mundo.

Giane Kenne - Administração

  • Com o que você trabalha dentro da Mconf?

Sou Administradora na Mconf, mãe dos meninos Lucas e do Mateus.

  • Fale sobre alguma mulher que você admire.

Uma das mulheres que mais admiro é a Paola Carosella, por sua coragem de enfrentar uma cozinha profissional. Quando a Paola iniciou a sua carreira a cozinha era predominada por profissionais homens. As mulheres na época eram vistas como cozinheiras caseiras e não como chefes de cozinha, os chefes eram os homens. Ela teve inúmeros desafios para conquistar seu espaço.

  • O que é ser mulher?

Pra mim, quando penso no significado de ser mulher, é força. As mulheres são extremamente fortes, nós enfrentamos muitos desafios para chegar onde queremos.

  • Para ti, qual o significado do Dia da Mulher?

Acredito que o dia da mulher seja um momento de refletirmos sobre a situação em que nos encontramos no mundo. É um dia para fazer uma pausa sobre o que precisamos fazer para chegar onde queremos chegar, o que falta para a gente conquistar. Conquistamos ao longo dos últimos anos muitas coisas importantes. Porém, vivemos em um mundo que ainda vê a mulher como sexo frágil e muitas vezes incapazes de grandes feitos. Nós, mulheres, ainda temos que nos esforçar um tanto a mais que os homens para mostrar o nosso valor. Muitas vezes somos vistas no mercado de trabalho apenas como auxiliares, assistentes e secretárias. Por isso, o dia da mulher é importante, ele é um momento de fazer a análise do cenário em que estamos e pensarmos em mudanças. Qual será nossa próxima conquista?

Paula Vanacor - Atendimento

  • Com o que você trabalha na Mconf?

Na Mconf trabalho como Analista de Atendimento e atuo junto às equipes de comunicação, suporte, financeiro e comercial. Além disso, sou professora de Geografia no cursinho social CEUE-PV e tenho um canal no YouTube para oferecer conteúdo gratuito de Geografia.

  • Fale sobre alguma mulher que você admire.

Acompanho e admiro a Nathalia Arcuri, fundadora da empresa Me Poupe. Ela se formou em jornalismo e tinha o sonho de ser apresentadora de tv. Um dia, ao fazer uma reportagem, descobriu que muitas mulheres que sofriam violência doméstica não se separavam por não terem condições financeiras de se sustentar sozinhas. Somando isso com algumas insatisfações no trabalho, ela se demitiu e começou um canal no YouTube chamado Me Poupe para ensinar sobre educação financeira, com foco no empoderamento financeiro feminino. O canal deu muito certo e posteriormente ela fundou uma empresa com o mesmo nome.

  • O que é ser mulher?

Não tenho uma definição sobre o que é ser mulher, acredito que a definição “do que eu sou” é única para cada indivíduo, de forma que cada mulher é mulher do seu próprio jeito

  • Para ti, o que significa o Dia da Mulher?

Acredito que o dia da mulher é muito importante para chamar a atenção em relação às diferenças de gênero que existem na sociedade e que não deveriam existir. Vivemos em uma sociedade onde ainda há disparidade nas atribuições domésticas, com as mulheres realizando mais horas de trabalho doméstico, mesmo quando tem empregos fora de casa. Também se sentem, em geral, mais responsáveis pela criação dos filhos, mesmo quando as crianças têm pais que vivem na mesma casa.

Esses são alguns exemplos, dentre vários outros, que afetam a vida da nossa sociedade. Além disso, acredito que as diferenças de gênero também têm impacto para os homens, que, por exemplo, têm maiores taxas de mortalidade, com acentuação nas idades jovens (próximo aos 18 anos). Isso significa que buscar a igualdade entre os gêneros não é apenas buscar uma sociedade mais justa para as mulheres, mas para toda a humanidade

Ysadora Gomez - Comunicação e Marketing

Com o que você trabalha na Mconf?

Estagiária do time de Marketing e Comunicação - Estudante de Relações Públicas

  • Fale sobre alguma mulher que você admira.

Pela vida já encontrei e vivenciei momentos incríveis com mulheres sensacionais com quem aprendi muito. Mas não poderia deixar de citar a dona Juracy, minha avó materna. Ela me ajuda a evoluir todos os dias um pouquinho mais, me ensinou a ser forte, mas deixar ser cuidada e amada também; e me mostrou o valor da vida e de se prezar pelo bom humor antes de travar grandes batalhas.

Com seus 87 anos, me faz rir todos os dias, antes mesmo do café da manhã, também se esconde atrás da porta pra me assustar a noite. Com poucas palavras e muitas atitudes, me ensinou que ser mulher também é me posicionar, lutar pelo o que acredito e enfrentar tudo com leveza.

  • Para ti, o que significa o Dia da Mulher?

O dia da mulher é a representação de muitas conquistas, não só como comemoração pelo o que já foi alcançado, mas também como uma oportunidade de refletirmos onde estamos e para onde queremos ir. O dia da mulher também é um alerta para mim de nunca esquecer do que foi feito para que hoje pudesse ter voz e espaço para ser quem quiser e como desejar, para que o medo não invada esse senso de liberdade e que seja, na verdade, um impulso.

Compreendo que para todos ele permita ser um espaço de tempo para refletir sobre suas relações, atitudes e perspectivas de um futuro mais igualitário e coletivo.

Camila Miná - RH

  • Com o que trabalha na Mconf?

Coordenadora de Recursos Humanos

  • Fale sobre alguma mulher que você admira.

Eu não saberia dizer uma figura pública que eu admiro sem ser clichê, mas posso dizer que admiro muitas mulheres anônimas, que a gente acaba conhecendo a história de vida, tanto nas redes sociais, como na vida profissional. Muitas já fizeram eu refletir o quanto ser mulher é uma luta diária. O que mais me fascina quando ouço uma história aqui e ali de alguma mulher dessas e suas lutas é o que todas têm em comum: muita garra e vontade de proteger os seus. Parece que sempre elas demonstram ser uma fortaleza para que nada aconteça com as pessoas que elas amam.

  • O que é ser mulher?

Além do óbvio, é ser alguém que precisa sempre estar reafirmando seu lugar, seja no trabalho, seja no meio acadêmico, seja na fila da padaria, o lugar que for, parece que a gente precisa o tempo todo mostrar que pode, que sabe, que fala alto também, que tem força física também, que chora mas que não é fraca por isso, que tem a tal da TPM, mas que não é incapaz só porque menstrua. Ser mulher é ter medo constante de andar na rua e pensar que vai chegar alguém e violar o seu espaço. Ah, mas então ser mulher é ruim? Sim, ser mulher, sinceramente pra mim, é um saco. Mas é um saco por causa dessa luta diária. Se não fosse assim, se a sociedade agisse diferente, iria provavelmente ser tão bom quanto ser homem.

  • Para ti, o que significa o Dia da Mulher?

Um dia de reflexão, para minimamente rever nossas atitudes diárias com relação às mulheres: o que eu posso estar fazendo, que não me dou conta que faço, mas que ajudo a minimizar uma mulher? Menosprezo ou não dou importância para suas ideias? Tento ficar corrigindo ela o tempo todo? Fico podando suas atitudes com críticas toda vez? Faço piadinhas sexuais entre meus amigos com relação a alguma mulher? Enfim, refletir também o que eu faço para acabar com isso tudo. Como eu posso ser menos machista hoje?

Lauren Minuto - Administração

  • Com o que você trabalha na Mconf?

Na Mconf trabalho como Assistente Administrativo e atuo junto às equipe do RH e Financeiro. Além disso, faço parte de um projeto de curso pré vestibular gratuito na parte jurídica, e para quem se interessar pelo cursinho, se chama Resgate Popular. Também sou porta-bandeira no carnaval de Porto Alegre e Interior.

  • Fale de alguma mulher que você admira.

Escolhi falar de uma das tantas mulheres que acompanho e admiro muito:

Elza Soares: Ela representa o verdadeiro sinônimo de força, resistência, resiliência e o que é ser mulher em uma sociedade machista e racista. Acompanhar sua trajetória e tudo que passou pra chegar aonde chegou me dá força pra seguir em frente, me enche de esperança em saber que existem mulheres tão incríveis quanto ela por aí. Sua vida foi marcada por violência, agressões e traumas, mas mesmo assim não desistiu do seu sonho e com apenas 21 anos já compunha várias músicas. Viúva com 04 filhos para criar, já tendo perdido dois pra fome e uma havia sido sequestrada, pensando em conseguir renda com o seu talento ela então se inscreveu no concurso musical do programa radiofônico Calouros em Desfile, em meados de 1953, que era apresentado pelo compositor Ary Barroso.

Quando Elza subiu ao palco, foi recebida pelo auditório e por Ary, com gargalhadas. Ele tentou ridicularizar Elza, perguntando-lhe: De que planeta você veio, minha filha? E Elza rebateu: Do mesmo planeta que o senhor, Seu Ary. Do planeta fome. Depois, Elza cantou "Lama", de Paulo Marques e Aylce Chaves, e ganhou a nota máxima do programa. Ary então anunciou que, naquele exato momento, acabava de nascer uma estrela. E que até hoje brilha.

  • O que é ser mulher?

É força, resistência e coragem.

  • Para ti, o que significa o Dia da Mulher?

Pra mim ele é um momento de reflexão sobre a luta e as conquistas de nós mulheres. Também me faz lembrar que a luta ainda é necessária e que apesar de tantos avanços e mudanças, ainda há muito que ser feito e cada uma de nós tem um papel fundamental nisso.

Acho que a cada ano que passa o dia da mulher chega pra descaracterizar o falso conceito de “sexo frágil”, por tudo que conquistamos e por tudo que ainda iremos conquistar, graças a mulheres que vieram antes de nós abrindo os caminhos, como minha mãe e todas as personalidades das lutas por igualdade e direitos da mulher.


Uma feliz Dia da Mulher para todas! E lembrem: essa data representa muito mais do que flores e presentes. Representa luta, conquista e reflexão.