Sequência Didática: o que é, passos importantes e exemplo prático no ensino superior
Sabe aquela aula que ninguém presta atenção, alguns dormem e facilmente esquecem o conteúdo que foi passado? Em instituições que aplicam um tipo de educação mais tradicional e expositiva, essas situações ainda são bastante comuns. E o pior de tudo isso é que todos os envolvidos no processo de aprendizagem saem perdendo: alunos, professores, diretores e sociedade.
Sempre falamos por aqui da necessidade de aprimorar as técnicas educacionais para alcançar verdadeiramente o estudante, fazendo dele protagonista do processo e dando ferramentas para que desenvolva as competências cognitivas, acadêmicas e sócio-emocionais necessárias para ingressar no mercado de trabalho. É claro que nada se transforma do dia para a noite, principalmente quando falamos de métodos e planejamentos educacionais.
Hoje vamos te apresentar o conceito de sequência didática, que surgiu recentemente - durante os anos 60 - com uma tentativa do governo francês de integrar os conteúdos fragmentados e “apontá-los” para um objetivo em comum.
O que é uma sequência didática?
De forma bem geral, a SD se define como uma estratégia educacional para aprimorar a aprendizagem, definindo passos e etapas correlacionadas com foco em atingir um objetivo específico. O professor define um início e um final para a aplicação dessa técnica, que pode variar de acordo com o tema escolhido e as necessidades observadas.
A receita para que a sua sequência seja um sucesso é bem simples: valorizar os conhecimentos prévios dos alunos; entender as suas dúvidas e demandas; fazer uso de conteúdos relacionados ao seu cotidiano, interativos e dinâmicos; colocar tudo isso em um bom planejamento estratégico e pronto!
Outro ponto que precisa ser evidenciado aqui é a capacidade que a SD tem de auxiliar os estudantes no desenvolvimento das mais diversas habilidades e competências, na resolução de problemas do dia a dia e, ainda, no aperfeiçoamento do seu desempenho individual de aprendizagem.
Passos importantes da estratégia
Chamamos sequência justamente porque todas as atividades precisam ser interligadas e funcionarem como uma escada: cada degrau representa um nível de evolução, que vai ganhando corpo até atingir o objetivo final. É claro que, para construir uma SD é imprescindível que haja um planejamento de projeto bem definido, seguindo algumas etapas específicas:
1° Apresentação da Proposta: os estudantes precisam estar cientes de tudo que envolve o processo da sequência, desde o tema que será escolhido até os resultados que o professor espera atingir no final. É papel do educador, portanto, justificar todas as escolhas e apresentá-las para os alunos, evitando assim que haja dúvidas ou descontentamentos.
2° Produção Inicial (objetivos): é nesse momento que os alunos devem ser ouvidos! Os conhecimentos prévios, as expectativas para o processo e todas as dúvidas iniciais precisam ser abordadas logo de início. O professor escutará a visão dos estudantes a fim de desenvolver um diagnóstico da situação atual da classe e, assim, será muito mais fácil e eficaz determinar quais os objetivos da sequência didática.
3° Módulos da sequência: é o “corpo” da estratégia, ou seja, a parte que será colocada em prática durante a SD, como as atividades, pesquisas e os exercícios em geral. É essencial que tudo que for desenvolvido seja dinâmico, atrativo e siga uma sequência lógica baseada nos objetivos previamente definidos.
4° Produção Final: colha feedbacks sobre a qualidade do processo e o que poderia ter sido feito diferente para melhor se adequar às necessidades, além de analisar a eficácia da sequência desenvolvida através de comparações dos trabalhos realizados pré e pós a aplicação da SD, por exemplo.
Aplicação da estratégia no ensino superior
Apesar de ser comumente utilizada na educação básica e ensino médio, a sequência didática não é limitada a determinadas fases educacionais. Ao contrário, por ser uma estratégia com possibilidades de personalização, pode ser aplicada também nos níveis superiores de ensino - claro, a formulação e objetivos serão bastante diferentes.
Com base em modelos de SD, criamos um exemplo prático de aplicação da técnica para um curso de ensino superior. Confira abaixo.
IDENTIFICAÇÃO
Público-alvo: Curso de Nutrição (2° semestre);
Etapas: 04;
Duração: um mês.
OBJETIVOS
- Compreender a relação entre a alimentação e as políticas públicas;
- Entender a importância do Guia Alimentar para a População Brasileira;
- Conhecer a política envolvida na agricultura de manufatura e agropecuária;
BIBLIOGRAFIA
- Formação Política do Agronegócio, Caio Pompeia;
- Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN);
DESENVOLVIMENTO
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