Inovação Acadêmica para repensar a experiência universitária
Cada vez mais a maneira de se fazer educação têm se transformado, em muito pela influência das inovações tecnológicas e pedagógicas. Hoje já se sabe que o modelo tradicional de ensino - baseado em uma aula unicamente expositiva, em que o professor fala e o aluno escuta e anota, não é nem de longe a melhor maneira de fazer com que o estudante evolua.
Muito pelo contrário, a partir de teorias e estudos aplicados mundialmente já se tem conhecimento que essa transformação só virá através da inserção de novas tecnologias e metodologias educacionais no processo de ensino e aprendizagem.
Essas inovações, que hoje fazem parte da realidade de muitas instituições de ensino superior, ganharam novos significados e configurações ao longo dos anos! Hoje vamos te contar um pouco mais sobre esse caminho e como inovar a sua Instituição de Ensino Superior.
Inovação Acadêmica
Quando falamos em inovação acadêmica logo pensamos na utilização de computadores ou equipamentos eletrônicos em sala de aula, mas a realidade se mostra muito mais profunda do que isso. São as ideias, métodos, tecnologias propriamente ditas e as mais diversas abordagens que integram o que conhecemos hoje por inovação acadêmica. E, é claro, dentro de cada um desses tópicos, existem inúmeras possibilidades de aplicação no contexto acadêmico.
Durante anos, as inovações que conquistaram seu espaço dentro do ambiente acadêmico eram bastante limitadas e com foco em doutrinar ou condicionar aquele aluno a ter determinado comportamento. Foi através dos estudos psicológicos e pedagógicos que se pode ter a compreensão da individualidade dos seres humanos e das necessidades que cada um precisava suprir.
Foi a partir do século XXI que a educação online e o ensino a distância passaram a fazer parte mais profundamente das instituições de ensino superior, permitindo o acesso ao conhecimento de forma mais global e fácil. Ao mesmo tempo, tivemos um crescimento das tecnologias educacionais como as plataformas de aprendizagem, realidade virtual e inteligência artificial.
No campo da pedagogia, por exemplo, os últimos anos foram marcados pela centralidade do aluno como foco pedagógico, assim como a ênfase na interdisciplinaridade, colaboração, habilidades socioemocionais e desenvolvimento de competências de empregabilidade.
Como inovar a minha Instituição?
Trazer a inovação para dentro da IES não é uma tarefa fácil, afinal é preciso desconstruir diversos conceitos mais tradicionais sobre a aprendizagem e direcionar vários esforços tanto para descobrir o que o seu público necessita e o que a sua Instituição pode oferecer no momento. Mas, de qualquer forma, é imprescindível que a gestão tenha a compreensão de que:
- A inovação pode ir muito além dos equipamentos tecnológicos;
- O corpo docente precisa ser um aliado às mudanças;
- O investimento em inovação precisa ser planejado com calma e atenção.
Tony Bates, especialista em educação a distância e tecnologia educacional, reforça em seus estudos que a inovação acadêmica deve começar com uma compreensão profunda das necessidades e características dos alunos, sendo devidamente incorporada a cultura institucional - não apenas uma solução temporária.
“A inovação acadêmica não deve ser um objetivo isolado, mas uma busca constante por maneiras melhores de engajar os alunos e promover a aprendizagem. Para que seja bem sucedida, exige uma abordagem colaborativa entre educadores, designers instrucionais e tecnólogos. A inovação não é, portanto, apenas sobre tecnologia, mas encontrar maneiras mais eficazes e eficientes de ensinar e aprender.”
As diversas formas da inovação acadêmica
Diferente dos métodos tradicionais, em sua maioria orais e expositivos, as metodologias inovadoras não tem como objetivo principal fazer com que o aluno absorva determinado conteúdo, mas sim que ele tenha capacidade e competência de interpretar conceitos e temas mais complexos para construir o seu próprio processo de ensino e aprendizagem
Essas abordagens têm como objetivo a criação de ambientes de aprendizagem mais dinâmicos, interativos e centrados nos alunos, ajustados às necessidades individuais e às transformações da sociedade.
De forma geral podemos citar as metodologias ativas de ensino como as mais eficientes inovações pedagógicas e tecnológicas presentes nas instituições de ensino. Desde Sala de Aula Invertida, a Aprendizagem Baseada em Problemas, Design Thinking e diversas outras, esses métodos têm um poder transformador, envolvendo e dando protagonismo aos alunos.
Revolucionar a elaboração dos currículos vai além de simplesmente adicionar matérias novas ou uma aula em um laboratório de tecnologia. Exige uma transformação profunda nas estruturas e abordagens, inclusive na maneira como o professor facilita as aulas e as atividades. O propósito é promover as habilidades interpessoais dos estudantes, conhecidas como soft skills, em contraposição à ênfase tradicional nas habilidades técnicas, ou hard skills.
Além disso, flexibilizar os currículos de acordo com as necessidades individuais dos alunos e das próprias disciplinas é uma forma de permitir uma educação mais personalizada e inovadora.
Já passou o tempo em que o estudante terminava seu curso de graduação e não voltava mais a universidade! Hoje, manter os conhecimentos e aprendizados atualizados já faz parte da realidade de boa parte dos profissionais, afinal, quanto mais o mercado exige em termos de inovação, mais preparados e atualizados esses profissionais precisam estar.
Em um mundo em constante evolução, a capacidade de continuar desenvolvendo novas habilidades e competências se torna cada vez mais fundamental.
As instituições não só podem, como devem, criar mecanismos e estratégias para que o aluno, uma vez que finaliza seu curso de graduação, dê continuidade a sua formação. É importante que a IES ofereça uma gama significativa de cursos de pós-graduação (ou cursos livres), por exemplo, atualizados com o que o mercado está demandando daquele egresso.
- Mensuração de resultados
Os investimentos que a Instituição fizer na busca pela inovação acadêmica precisam ter sua eficácia mensurada, para que assim se possa dizer que determinada tecnologia realmente teve sucesso. Para isso, busque sempre pela aquisição de ferramentas que disponibilizem com facilidade os dados de uso e resultados.
Dessa forma, é possível mensurar a aceitabilidade, usabilidade e eficiência do sistema, se essa tecnologia realmente está facilitando a pedagogia, utilizando e analisando esses dados de forma inteligente.
Como vimos ao longo desse conteúdo, a inovação acadêmica é muito mais do que apenas contratar e implementar uma nova tecnologia ou metodologia. É preciso não apenas que esse investimento seja efetivo (tendo a certeza que a tecnologia é realmente destinada para a pedagogia e será benéfica ao processo), como também saber usá-la em todo seu potencial (através da capacitação dos professores e/ou tutores).
Inovar a sua Instituição requer uma multiplicidade de esforços e investimentos, mas traz benefícios enormes - que vão desde a melhora na imagem geral da IES, quanto diminuição da evasão acadêmica e aumento do engajamento dos estudantes.